Taxista morre de Covid-19 após esperar vaga na UTI ao lado de corpos
O taxista Manoel Geraldo Chaves morreu de Covid-19 no Amapá após esperar por vaga na UTI, sem proteção, ao lado de corpos de vítimas da doença
O taxista Manoel Geraldo Chaves, de 63 anos, morreu em decorrência da Covid-19 na última quarta-feira (06/05), no Hospital de Emergência (HE) de Macapá. Ele já aguaradava há três dias a transferência para um leito de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Manoel Geraldo apareceu em fotos tiradas pelo filho, José Chaves, ao lado de corpos de pacientes que morreram com o novo coronavírus, junto a outros pacientes e acompanhantes, sem nenhum isolamento.
Segundo o filho do taxista, José Chaves, até o momento da morte do pai, não havia previsão da transferência dele para um dos dois centros exclusivos de tratamento da Covid-19 do estado. Ele reforçou que os profissionais de saúde do HE disseram não haver disponibilidade de leitos de UTI.
“Não conseguiram leito com respirador para o meu pai e ele morreu justamente por isso. Se tivessem transferido ele para um leito de UTI, talvez hoje a gente não estivesse chorando a morte dele. O forro do HE tá caindo em cima das pessoas doentes, tem goteira e barata fica ‘passeando’”, lamentou.
A taxa de ocupação dos leitos clínicos do estado do Amapá era de quase 96% e dos de UTI passava dos 70%, segundo os dados do governo na última quarta-feira (06/05).
Fonte: G1
Leide
08/05/2020 @ 10:48
Gostaria de saber qual a potencial colaboração do observatório do terceiro setor para que matérias assim não precisem ser escritas… Me pergunto: só observam para depois remexer a carniça ou podem de alguma forma, efetivamente, ajudar as localidades mais ignoradas pela política de contenção do covid?
Redação
08/05/2020 @ 12:07
Olá, Leide.
Informação é fundamental para o desenvolvimento de qualquer sociedade.
O nosso papel é informar, é mostrar a realidade. Falamos de causas sociais, de projetos que estão ajudando a tornar o mundo melhor e também dos problemas que precisam ser enfrentados. Muita gente ainda acha que a Covid-19 não é algo grave. Muita gente é contra o isolamento, acha que quase ninguém está morrendo. É papel do jornalismo mostrar que não é bem assim. Que toda vida importa e muita gente está tendo seus direitos à vida e à dignidade negados. Casos como esse nos deixam profundamente tristes e é fundamental que as pessoas os conheçam e cobrem das autoridades competentes ações. Além disso, também divulgamos no site várias iniciativas para arrecadação de doações para ajudar as populações mais vulneráveis neste momento.
Um abraço.