Único líder mundial a incentivar o povo a sair da quarentena é do Brasil

Até agora, o novo coronavírus já infectou quase 400 mil pessoas e matou mais de 16 mil no mundo

Em pronunciamento na noite da última terça-feira (24/03), o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, criticou em rede nacional de televisão o pedido para que todas as pessoas que puderem fiquem em casa.

O presidente contrariou o que especialistas e autoridades sanitárias do país e do mundo inteiro vêm pregando como forma de evitar que o novo coronavírus se espalhe.

Bolsonaro culpou os meios de comunicação por espalharem, segundo ele, uma sensação de “pavor”. E disse que, se contrair o vírus, não pegará mais do que uma “gripezinha”.

Entidades como o Conselho Nacional de Saúde consideram que o pronunciamento do presidente “coloca em risco a vida de milhares de pessoas” e que é “uma afronta grave à Saúde e à vida da população”.

A Sociedade Brasileira de Infectologia disse estar preocupada com a fala de Bolsonaro, e considerou que as declarações podem dar a falsa impressão de que as medidas de contenção social são inadequadas.

O presidente brasileiro é o único líder mundial a não obedecer as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e aos apelos da Organização das Nações Unidas (ONU) para que as pessoas fiquem em quarentena para reduzir o ritmo de contágio da Covid-19.

 Todos os principais líderes mundiais fizeram discursos pedindo para que a população fique em quarentena. “Isto é sério. Vamos levar a sério. Estou absolutamente certa de que sairemos desta crise, mas quão alto será esse sacrifício? Podemos aceitar as restrições atuais e permanecer juntos e apoiar um ao outro”, disse Angela Merkel, primeira-ministra da Alemanha.

“Evitem reuniões de grupos com mais de 10 pessoas, evitem viagens dispensáveis, evitem comer e beber em bares, restaurantes e praças públicas de alimentação. Se todos fizerem essas mudanças ou essas críticas mudanças e sacrifícios agora, nos reuniremos como nação e evitaremos o vírus”, discursou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Estamos em guerra, uma guerra de saúde, é claro. Não estamos lutando contra um exército ou uma nação, mas o inimigo está lá. Invisível, intocável, avançando e isso requer nossa mobilização geral”, afirmou Emmanuel Macron, presidente da França.

Segundo os últimos dados da OMS, divulgados ontem (24/03), o novo coronavírus já infectou 372,7 mil pessoas, isto é, quase 400 mil pessoas, e matou 16,2 mil no mundo. No Brasil, de acordo com último balanço do Ministério da Saúde, foram confirmados 2.201 casos de Covid-19 e 46 mortes, sendo 40 no estado de São Paulo e seis no Rio de Janeiro.

Para acompanhar os últimos relatórios sobre a Covid-19 lançados pela OMS (em inglês), clique aqui.

Para acompanhar os dados oficiais do Ministério da Saúde, clique aqui.