No Brasil, o aborto é autorizado em três casos: gravidez decorrente de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia do feto. No entanto, mesmo mulheres que atendem aos critérios legais têm enfrentado obstáculos para ter acesso ao seu direito. Segundo um relatório dos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, 8 em cada 10 pessoas sabem que o aborto clandestino é uma das principais causas de morte de grávidas no país. Além disso, 77% dos entrevistados no estudo concordam que as mais prejudicadas são as mulheres de baixa renda.
Na última semana, diversas notícias e polêmicas surgiram em torno do tema. O primeiro caso foi de uma menina de 11 anos, que após ser estuprada, teve seu direito ao aborto negado por uma juíza em Santa Catarina. Somente com pressão midiática e pública, a menina foi autorizada a realizar o procedimento. Logo após, uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que vai contra o direito ao aborto reacendeu o debate também no Brasil.
Para conversar sobre o aborto e a justiça no Brasil, recebemos, no Olhar da Cidadania desta quarta-feira, dia 29 de junho, Nicole Campos, da organização Plan International Brasil, e Itamar Batista Gonçalves, da organização Childhood Brasil.
Nicole Campos é socióloga, mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Maranhão e Gerente de Estratégias de Programas na organização Plan International Brasil.
Itamar Batista Gonçalves tem especialização em História pela PUC São Paulo e é Gerente de Advocacy da organização Childhood Brasil.
O programa também contou com a participação do colunista Christian Dunker, psicanalista e professor titular da USP, que falou sobre a necessidade do diálogo em contraponto à violência atual no país.
O programa foi apresentado pelo jornalista Joel Scala.
Olhar da Cidadania na Rádio USP
Todas as quartas-feiras, às 17h
Reprise todas as sextas-feiras, às 3h
São Paulo: 93,7 FM
Ribeirão Preto: 107,9 FM
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Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil