Crianças e adolescentes falam sobre a violência no Brasil
Cerca de 40% dos jovens entrevistados disseram não se sentir seguros na comunidade ou na escola
O Instituto Igarapé e a Visão Mundial divulgaram uma pesquisa realizada com crianças e adolescentes, em 12 cidades brasileiras, a respeito da violência no país. A escuta foi feita através de uma ferramenta de pesquisa móvel em formato digital, o Índice de Segurança da Criança (ISC), desenvolvido pelo Instituto Igarapé.
A pesquisa “O que dizem as crianças” foi lançada em um painel de debates com representantes das duas instituições e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O estudo revelou que apenas 1% dos entrevistados sentem-se “muito inseguros”. A percepção de violência é mais alta entre crianças e jovens com mais idade. No entanto, cerca de 40% referiram não se sentir seguros na comunidade ou nas escolas onde estudam e 60% relataram sofrer violência física em casa.
“Apenas 40% disseram confiar na Polícia. Mas em geral crianças e adolescentes se mostraram otimistas sobre o futuro: 86% estão confiantes que serão felizes, apesar das dificuldades”, disse Robert Muggah, diretor de pesquisa do Instituto Igarapé.
Para Karina Lira, assessora programática de Proteção à Criança da Visão Mundial, “é possível reduzir a violência infantojuvenil, mas as estratégias e soluções requerem o envolvimento e compromisso de todas as instituições; embora ela atinja fortemente o bem estar e a dignidade das crianças e adolescentes, a violência tem impacto em toda a sociedade. Todos precisam se importar com isso”.
Recentemente a campanha #SegurançaParaACriança foi lançada no mesmo período das olimpíadas para provocar um debate sobre os desafios da violência contra as crianças.
O ISC foi testado em cidades do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Amazonas, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2017, ele será aplicado também em cidades do Caribe e dos Estados Unidos.
Leia a pesquisa completa: igarape.org.br/o-que-dizem-as-criancas/