59 anos do Golpe Militar: Memorial da Resistência divulga programação especial
No fim de semana em que o golpe militar completa 59 anos, o Memorial da Resistência oferece uma programação voltada para resistência ao Regime Militar
Por Ana Clara Godoi
No fim de semana em que o golpe militar de 1964 completa 59 anos, o Memorial da Resistência, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, apresenta uma programação voltada para as memórias de repressão e resistência política à Ditadura Civil-Militar (1964-1985).
O Memorial da Resistência é sediado no antigo prédio do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops/SP), onde militantes políticos foram detidos e submetidos a tortura. A memória do prédio é mantida através da exposição de longa duração do museu, que apresenta as antigas celas do Deops/SP.
Em 21 anos de Ditadura, muitos foram os que ousaram lutar em nome da Democracia, e outros tantos que a própria existência já era uma afronta ao Regime. Entre os que sobreviveram, a luta por memória, reparação, verdade, justiça e, ainda, em defesa da Democracia, segue pulsante. Como um lugar de memória de enorme valor histórico e maior museu dedicado às memórias do Regime Militar do país, relembramos a história de ex-presos e ex-presas políticas e homenageamos as vítimas em uma programação voltada para a resistência à Ditadura. As atividades são gratuitas e não precisam de inscrição.
Confira a programação completa:
Cine Resistência
Exibição do documentário “Eu conta-dor de mim” e conversa com Nair Benedicto 31 de março | 14 horas | Auditório do Memorial da ResistênciaO Memorial exibe o vídeo-documentário Eu conta-dor de mim, um depoimento da ex-presa política e fotógrafa Nair Benedicto, onde ela compartilha suas memórias de luta e resistência durante o período. Entre outubro de 1969 a julho de 1970, Nair ficou presa no Deops/SP e no Presídio Tiradentes. Dividido em quatro episódios de 20 minutos, o documentário é um relato pungente de uma mulher que viveu os horrores da Ditadura Civil-Militar.
Sábados Resistentes
Ato em homenagem às vítimas, mortos e desparecidos políticos da Ditadura Militar brasileira 01 de abril | 14 horas | Auditório do Memorial da ResistênciaA tradicional mesa de debates que ocupa o museu há 15 anos dá lugar à um ato em homenagem às vítimas da Ditadura Civil-Militar (1964-1985), com a presença de ex-presos políticos e militantes pelo direito à memória e à justiça. Os Sábados Resistentes nasceram em 2008, promovidos a partir da iniciativa do Fórum de Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo, como uma iniciativa de preservação da memória do Regime Militar.
III Caminhada do Silêncio
Ato em memória das vítimas da Ditadura Civil-Militar (1964-1985) 02 de abril | 15 horas | Parque do IbirapueraA III Caminhada do Silêncio é um ato em memória das vítimas da Ditadura Civil-Militar (1964-1985) realizado por instituições que compõem o movimento Vozes do Silêncio, formalmente representado pelo Núcleo Memória e pelo Instituto Vladimir Herzog (IVH). A concentração acontece a partir das 15 horas, na Praça da Paz, dentro do Parque do Ibirapuera. O início do ato está marcado para as 18 horas, quando seguirá em direção ao Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos.