Ativista que defendia direitos das pessoas com deficiência é queimada viva
Uma ativista defensora dos direitos das pessoas com deficiência foi queimada viva por um grupo, no México.
Uma ativista defensora dos direitos das pessoas com deficiência foi queimada viva por um grupo de três homens e uma mulher no estado de Jalisco, no oeste do México, após receber constantes ameaças.
Luz Raquel Padilla, de 35 anos, morreu na terça-feira, 19/07, depois de ter fogo ateado em seu corpo três dias antes, não resistindo devido à “gravidade dos ferimentos”; a mulher teve 90% do corpo queimado, segundo a promotoria regional.
O promotor de Jalisco, Luis Joaquín Méndez, explicou que o crime aconteceu em um jardim público da cidade de Zapopan, onde o grupo jogou álcool em Padilla e a incendiou no último sábado, 16/07.
A ativista já havia denunciado ameaças e denunciado comportamentos do vizinho, identificado como Sergio “N”, que foi chamado para depor no caso. Ele foi denunciado por ameaças, crimes contra a dignidade e injúrias.
Em seu perfil no Twitter, Luz postou fotos de pichações ameaçadoras nas paredes de sua casa que diziam: “Você vai morrer Lus (sic)” e “Eu vou te queimar viva”.
Mãe de uma criança com espectro autista, Padilla fazia parte do Eu Cuido do México, uma organização de famílias com experiência em cuidar de pessoas com deficiência.
Em suas redes sociais, a vítima havia denunciado alguns comportamentos do vizinho, como ouvir música alta, o que afetou a saúde do filho.
O caso pode ser investigado como feminicídio, conforme apontado pela entidade jurídica ONU Mulheres México, que condenou pelo Twitter o “assassinato da ativista”.
Entre janeiro e junho, a Secretaria Executiva do Sistema Nacional de Segurança Pública registrou 493 feminicídios em todo o país, 17 dos quais ocorreram em Jalisco.
No México, uma média de 10 mulheres são assassinadas diariamente, segundo dados oficiais, a maioria delas pertencentes a setores pobres. Muitos desses casos correspondem à violência de gênero.
No Brasil, No ano passado, cerca de 1.340 mulheres morreram por serem mulheres, enquanto em 2020 o número de vítimas foi pouco mais de 1.350.
O anuário mostra que, no Brasil, 1 mulher é vítima de feminicídio a cada 7 horas. Isto significa dizer que, ao menos 3 mulheres morrem por dia simplesmente por serem mulheres.
Fontes: O Globo e Agência Brasil