Cai apoio à democracia no Brasil, segundo Datafolha
De acordo com pesquisa, apenas 62% dos entrevistados consideram a democracia como a melhor forma de governo em qualquer circunstância
Por: Mariana Lima
Um levantamento realizado pelo Datafolha apontou que, após o primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, o apoio à democracia como melhor forma de governo apresentou queda.
De acordo com a pesquisa, 62% dos entrevistados consideram a democracia como a melhor forma de governo em qualquer circunstância.
No levantamento anterior, realizado na semana do primeiro turno das eleições em outubro de 2018, o índice era de 69%.
Fatores como a escolaridade e a renda pesam para as divergências em relação à democracia como melhor forma de governo.
85% dos entrevistados com nível superior de escolaridade e 81% dos que possuem renda familiar mensal maior do que 10 salários mínimos possuem uma visão favorável à democracia.
Já 43% dos entrevistados com apenas o ensino fundamental e 53% que recebem até dois salários mínimos apresentam uma visão negativa em relação à democracia.
Quando se observa o apoio à democracia através do segmento “ocupação”, algumas diferenças também são nítidas. Enquanto 80% dos funcionários públicos apoiam a democracia, apenas 42% dos desempregados que não procuram emprego apoiam.
A pesquisa ainda revela que cresceu de 13% para 22% a parcela da população que não não se importa se a forma de governo é a democracia ou a ditadura.
Em relação aos entrevistados que consideram preferível uma ditadura em certas circunstâncias, o índice permanece estável (12%).
O levantamento ainda aponta que desde 2014 o porcentual de entrevistados que afirmam que a Ditadura Militar deixou mais realizações negativas vem crescendo.
Ao todo, eram 46% em 2014, chegou a 51% em 2018, e em 2019 fechou com 59%. No entanto, o índice de quem considera o legado positivo também aumentou. Em 2014, eram 22%, indo para 32% em 2018, e oscilando para 30% em 2019.
Entre os dias 5 e 6 de dezembro, o Datafolha ouviu 2.948 pessoas, em 176 municípios no país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Fonte: Folha de S. Paulo