Enfermeira com Covid-19 tem parto prematuro e só conhece filho por vídeos
A técnica de enfermagem Maria Jeane Sousa Lobato trabalha em dois hospitais públicos e contraiu Covid-19 quando ainda estava grávida
Segundo o Conselho Federal de Enfermagem, até o momento (08/04) o Brasil registrou 98 óbitos de profissionais de enfermagem por Covid-19 e 11 mil casos da doença entre esses profissionais.
A técnica de enfermagem Maria Jeane Sousa Lobato, de 30 anos, de São Luís, no Maranhão, estava grávida quando contraiu a doença. Maria trabalha em dois hospitais públicos.
Por conta das complicações, o bebê, chamado de Josué, nasceu prematuro, com 31 semanas, durante uma cesárea de emergência enquanto a mãe estava na UTI.
Jeane já recebeu alta e está em casa, mas ainda em isolamento. O bebê já tem quase quinze dias de vida, mas a mãe ainda não conseguiu ver o filho.
“Não houve o ‘partiu maternidade’. Os sintomas começaram no dia 15 de abril. Comecei a sentir a garganta inflamada, febre, dor no corpo e na cabeça. Depois, diarreia, vômitos, perda de olfato e paladar, tosse secretiva, cansaço, falta de ar e, mais tarde, catarro com sangue. Quando a situação ficou mais grave, no dia 22, procurei um hospital. Foi quando fiquei extremamente descompensada. O diagnóstico foi pneumonia por Covid-19. Eu cheguei a me despedir de meu esposo achando que não sobreviveria. Tinha receio de ser intubada e via o medo no rosto dos profissionais que cuidavam de mim. Percebi que meu estado de saúde era grave”, contou à revista Crescer.
“Chegou um momento em que eu não conseguia mais respirar sem suporte e Josué teve que nascer por meio de uma cesariana de emergência com apenas 31 semanas. Assim que nasceu, no dia 24 de abril, levaram ele direto para a UTI neonatal e eu chorei achando que não iria conseguir ao menos ver as fotos dele. Felizmente, no hospital recebi muito apoio o tempo todo e fui melhorando a cada dia”, seguiu contando. O bebê nasceu há doze dias, e até agora a mãe só o viu por chamadas de vídeo e fotos.
Maria Jeane conta que o marido teve sintomas leves de Covid-19, mas ainda não conseguiu fazer o teste devido à grande fila de espera. O marido de Jeane ficou em isolamento 15 dias e já conseguiu ver o filho. Jeane continua se recuperando e não vê a hora de ter o filho nos braços: “Nosso filho segue na UTI e eu sigo muito ansiosa para conhecer meu pequeno”.
Fontes: Revista Crescer e Cofen