FAS lança guia de alfabetização para comunidades ribeirinhas
Livro “Bases do Aprendizado para a Alfabetização” utiliza elementos regionais nas atividades propostas para aproximar crianças e professores em comunidades ribeirinhas
Por: Juliana Lima
O processo de alfabetização de crianças fica mais fácil e divertido para elas quando associado a sua cultura e elementos do cotidiano. Foi pensando nisso que a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) lançou, em parceria com a empresa Americanas, um guia de alfabetização destinado a professores de escolas rurais da Amazônia.
O livro “Bases do Aprendizado para a Alfabetização” tem como objetivo inserir símbolos da cultura local no processo de alfabetização de comunidades ribeirinhas da região. Dessa forma, as crianças ribeirinhas não precisarão mais aprender o alfabeto como “A” de abelha, “B” de bola, “C” de casa, e assim por diante. Agora, elas poderão aprender o “A” de açaí, o “B” de boto, e o “C” de canoa.
O guia pedagógico possui 26 atividades divididas em sete capítulos que valorizam e destacam elementos da região amazônica, como os frutos, a fauna, os utensílios e embarcações, a culinária, o ambiente, a agricultura familiar e, é claro, a cultura indígena.
A primeira tiragem do livro possui mil exemplares que serão distribuídos para as secretarias municipais de educação, além de alcançar professores em uma capacitação continuada. Segundo Amandio Silva, coordenador de projetos do Programa de Educação para a Sustentabilidade da FAS, nos municípios de Iranduba e Itapiranga, ainda acontecerão encontros de formação para melhor utilização do material.
Para Izolena Garrido, que é líder comunitária da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, na Amazônia, o livro “Bases do Aprendizado para a Alfabetização” representa não só um avanço para a alfabetização das crianças ribeirinhas, que se identificarão com mais facilidade nos exemplos, mas também para a formação dos professores, principalmente para aqueles que vêm de outras regiões e não estão inseridos na realidade amazônica.
“De uma forma muito mais direcionada, esses professores podem construir um planejamento de aula de acordo com a necessidade de cada sala de aula onde a escola está inserida. É a metodologia ‘paulo freiriana’ de trabalhar com aquilo que tem no entorno”, diz a líder comunitária.