No litoral de São Paulo, projeto transforma lixo em pranchas de surfe
Na praia de Maresias, em São Paulo, o Desengarrafando Mentes utiliza garrafas PET para criar pranchas de surfe, e a partir de aulas do esporte, promove uma educação socioambiental para crianças e adolescentes
Por: Juliana Lima
Com criatividade, é possível unir boas ações para o meio ambiente e para as pessoas. É assim que atua o projeto Desengarrafando Mentes, na praia de Maresias, no litoral norte de São Paulo. O projeto transforma o que antes era lixo em pranchas de surfe por meio da reciclagem, e ainda ajuda crianças e adolescentes da região com seu programa educativo.
As pranchas são construídas na sede do projeto a partir de garrafas PET recolhidas pelas redondezas ou cedidas por catadores de lixo parceiros. “Infelizmente, não falta matéria-prima no meio ambiente para a confecção das pranchas. Cada uma leva 52 garrafas. Já foram usadas mais de dez mil desde a fundação do projeto, em 2016, o que representa cerca de cinco toneladas”, disse o idealizador do projeto Thiago Oliveira em entrevista ao UOL.
Atualmente com 36 anos, Thiago fabricou pranchas de surfe tradicionais dos 16 aos 22 anos quando ainda morava na capital paulista. Foi depois que se mudou para Maresias que percebeu que podia unir o surfe com sustentabilidade ambiental e avanços sociais. “Vim para cá e encontrei um local desconectado das pessoas e da natureza, com um contraste social gigantesco”, conta.
Foi assim que nasceu o Desengarrafando Mentes. O projeto também atua com oficinas com temas sobre degradação ambiental e a responsabilidade individual que cada pessoa tem com o lixo que gera. Além disso, há uma escolinha de surfe para crianças e adolescentes, que podem acompanhar o processo de fabricação das pranchas desde o início.
Além da própria Maresias, o projeto também já doou pranchas para outros locais, como por exemplo uma pequena comunidade na Bahia, terra da avó de Thiago. No total, já foram 3.600 jovens impactados pelo Desengarrafando Mentes. Tudo isso com a ajuda de 50 colaboradores e mais de 100 voluntários conquistados pelo projeto.
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Fonte: UOL ECOA