Governo Trump alegou “influências malignas” para Brasil não comprar Sputnik V
Um relatório do governo dos EUA produzido na gestão de Donald Trump afirma que o país persuadiu o Brasil a não comprar a Sputnik V, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Rússia
Um relatório do governo dos Estados Unidos produzido na gestão de Donald Trump afirma que o país persuadiu o Brasil a não comprar a Sputnik V, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Rússia. A alegação foi “combater as influências malignas nas Américas”, segundo o documento.
O documento aponta que o Escritório de Assuntos Globais (OGA) do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (HHS, na sigla em inglês) “usou as relações diplomáticas na região para mitigar os esforços” de Cuba, Venezuela e Rússia, “que estão trabalhando para aumentar sua influência na região em detrimento da segurança dos Estados Unidos”.
No governo Trump, o departamento foi comandado entre 2018 e 2021 por Alex Azar, ex-executivo de uma grande farmacêutica que chegou a chefiar a campanha de combate ao coronavírus nos EUA no início da pandemia.
Procurado, o fundo soberano russo (RDIF), que financia a Sputnik V, afirmou que “o Departamento de Saúde dos Estados Unidos confirmou publicamente que pressionou o Brasil contra a Sputnik V” e criticou o governo americano. “Os países devem trabalhar juntos para salvar vidas. Os esforços para minar as vacinas são antiéticos e custam vidas”.
Dmitri Peskov, porta-voz do presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira (16/03) que “essas tentativas egoístas de obrigar os países a renunciar a uma vacina não têm futuro, vão contra o interesse de todos”.
O Ministério da Saúde assinou no dia 12 de março um contrato para compra de 10 milhões de doses da Sputnik V, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo instituto russo Gamaleya. O anúncio do ministério ocorre um dia após governadores e prefeitos também anunciarem seus próprios acordos para fornecimento de doses.
Fonte: G1