I Encontro Multicultural da América Latina vai unir indígenas, quilombolas e ribeirinhos

O I Encontro Multicultural vai unir, pela primeira vez na América Latina, as culturas dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos. O evento será realizado de 28 de março a 6 de abril, e o Observatório do Terceiro Setor vai acompanhá-lo

O I Encontro Multicultural vai unir, pela primeira vez na América Latina, as culturas dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos. O evento começa no dia 28 de março e vai até 6 de abril, sendo realizado em três etapas, todas no estado do Mato Grosso.

A primeira etapa vai ser realizada nos dias 28 e 29 de março, em Cuiabá, no Cine Teatro Cuiabá. E vai contar com palestras e exposição de artesanatos, além de ser encerrada com o desfile de moda indígena ‘Descolonizando a Moda’. A etapa tem a organização e o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, Esporte e Lazer do Mato Grosso.

“O Turismo de Base Comunitária traz inúmeros benefícios para o desenvolvimento das comunidades, já que auxiliarão o desenvolvimento de um turismo sustentável capaz de trazer desenvolvimento econômico, sem afetar seus valores e tradições,”  afirma César Miranda,  secretário de Desenvolvimento Ecônomico.

“Esse será um momento para divulgar a cultura tradicional mato-grossense e, esperamos ter a oportunidade de participar de rodas de conversa para discutir o Turismo de Base Comunitária e seus benefícios, para que assim possamos traçar planos e firmar parcerias para potencializar ainda mais esse segmento aqui em Mato Grosso”, finaliza Jefferson Moreno, Secretário Adjunto de Turismo.

Uma das palestrantes da primeira etapa será Odenilze Ramos, ribeirinha da Comunidade do Carão, facilitadora de projetos, com experiência em turismo de base comunitária e líder em realidade climática pela Climate Reality Leards. Odenilze já teve até mesmo seu documentário apresentado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

“A ideia principal do evento é de integrar e conectar essas populações, ribeirinhos, quilombolas e indígenas, que têm causas muito parecidas, porém trabalhos muito separados. Unindo nesse encontro essas populações, vamos ter novas possibilidades, novas parcerias e isso vai ser muito rico e importante”, destaca Odenilze.

A segunda etapa vai ser realizada na Aldeia Afukuri, no Parque Indígena do Xingu, de 31 de março a 2 de abril. A Aldeia Afukuri, do povo Kuikuro, tem uma população de, aproximadamente, 150 pessoas e vive de recursos da floresta e produtos da roça. Também realiza atividades em etnoturismo, o turismo em terras indígenas.

A Aldeia também vai contar com palestras e demonstração da cultura do povo Kuikuro. Uma das palestras será de Ilana Cardoso, da comunidade do Quilombo da Mumbuca, que fica localizado no Jalapão (TO). Ilana já percorreu muitos lugares do Brasil mostrando a arte do Capim Dourado, cultivado no seu quilombo e sucesso mundial.

“É um evento muito importante, depois da pandemia é o primeiro evento que estou participando. É muito gratificante mostrar a cultura do Jalapão, da minha família, sua história. Eu quero mostrar que existe um turismo sustentável e que as pessoas precisam se conectar. O turismo de base comunitária é isso”, destaca Ilana.

Felipe Martins é um dos fundadores da GoMartins, que está coordenando todo o Encontro. Felipe é o idealizador do evento e viaja o Brasil com projetos ambientais ajudando e divulgando comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas.

“Ao longo dos últimos anos, tive a oportunidade de conhecer pessoas que fazem a diferença em suas comunidades. Pessoas do bem que trabalham muito para melhorar a qualidade de vida dos seus moradores. Acredito que esse evento será histórico, pois começaremos a unir essas lideranças de todo o Brasil, conectando-as, fortalecendo-as”, diz Felipe.

Felipe acredita na importância do evento para unir e ajudar essas populações. “Nesse evento, vamos compartilhar desafios, caminhos e, acima de tudo, sonhos para um Brasil melhor”, pontua.

O Encontro também vai contar com a palestrante Neurilene Cruz, membro do grupo de mulheres indígenas da etnia Kambeba.

“Vai ser uma oportunidade e uma chance de falar o que podemos melhorar, como podemos melhorar o turismo de base comunitária e a comunidade. É um projeto para toda comunidade” , ressalta Neurilene.

A terceira e última etapa vai ocorrer em Campinápolis, em parceria com a Secretaria de Turismo da cidade, liderada por Sirlene Dias. A pasta realiza um trabalho junto ao povo Xavante com o plantio de árvores frutíferas, valorizando a cultura e aproximando indígenas e não indígenas por meio da educação. Nesta etapa, serão realizadas diversas palestras em escolas públicas com o tema ‘Diversidade da Cultura Brasileira’.

O Observatório do Terceiro Setor é um dos apoiadores do evento e vai estar presente divulgando todas as novidades! Para mais informações, siga a página do Observatório no Instagram (@observatorio3setor) e a do Encontro (@encontromulticultural2022).