Mãe busca justiça pelo assassinato ainda sem solução da filha de 7 anos
Em 2015, Beatriz, de apenas 7 anos, foi assassinada durante uma festa na escola. Mas até hoje ninguém foi preso pelo crime. A mãe da criança, Lucinha Mota, segue lutando por justiça e realizou uma peregrinação de mais de 700 km para chamar atenção para o caso
Lucinha Mota, mãe de Beatriz, que foi assassinada há seis anos, realizou uma peregrinação de mais de 700 km em busca de Justiça. No dia 5 de dezembro, ela deixou Petrolina, cidade onde vive, e partiu em direção a Recife para se encontrar com o governador do estado de Pernambuco.
Em 2015, Beatriz, de sete anos, foi morta com 42 facadas durante uma festa na escola, da qual participaram mais de duas mil pessoas. O marido de Lucinha, Sandro, que também participou da jornada, era professor na instituição.
Depois de sete anos, ainda não se sabe quem matou a criança. Depois do assassinato de Beatriz, Lucinha enfrentou uma depressão profunda e perdeu mais de 30 kg. Mas ela buscou forças, cursou faculdade de direito, para acompanhar o caso de perto, e passou a praticar exercícios físicos diariamente.
“Eu vivo pra garantir à Beatriz um inquérito justo. Foi tirada dela a vida, o bem mais precioso que ela tinha: seus sonhos. E a Polícia Civil de Pernambuco não deu a ela o mínimo, que seria um inquérito justo, que seus assassinos fossem presos, punidos e condenados. Então hoje eu vivo pra garantir isso à minha filha”, diz Lucinha.
A família também critica a atuação da Polícia Civil no caso. O inquérito já teve oito delegados, sete perícias, mas ninguém foi preso. A imagem de uma câmera de segurança mostrando um provável suspeito chegou a circular, mas a polícia não conseguiu identificá-lo.
Para o Secretário de Defesa Social do Estado de Pernambuco, Humberto Freire de Barros, “houve dificuldades em momentos da investigação”. Ele acrescentou que “houve complexidades próprias de um crime desta natureza, em que você não consegue ter elementos que levem a suspeitos” e disse que “não vamos descansar até que tenhamos realmente chegado ao culpado”.
Esta semana, ainda, um perito que atuou no caso foi demitido. Ele era sócio de uma empresa que fez um projeto de segurança para a escola onde Beatriz foi morta, mas, por lei, servidores públicos não podem ser donos ou sócios de empresas. No caso do perito, inclusive, isso também caracterizaria um conflito de interesses.
O Colégio Auxiliadora disse, em nota, que o prédio tinha quarenta câmeras de segurança instaladas, mas nenhuma delas na quadra da festa. E, ainda, que não tinha conhecimento de que um dos sócios da empresa contratada para o plano de segurança era servidor público.
Ao chegarem na capital, após 23 dias caminhando, os pais ouviram do governador Paulo Câmara a promessa de que o estado irá apoiar a federalização do caso. Agora, cabe à Procuradoria Geral de Justiça analisar e decidir se há elementos para que a Polícia Federal entre na investigação.
Fonte: g1