Médica de 88 anos se cura do coronavírus e volta a fazer cirurgias
A médica Angelita Habr-Gama, conhecida internacionalmente em sua área, passou 50 dias internada na UTI do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, mesma instituição onde trabalha há 60 anos. Após se recuperar, voltou a operar pacientes
Por: Isabela Alves
Após contrair Covid-19, a médica Angelita Habr-Gama, de 88 anos, passou 50 dias internada na unidade de tratamento intensivo (UTI) do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, mesmo hospital em que ela trabalha.
A médica foi internada no dia 18 de março e só recebeu alta no dia 10 de maio, tendo passado parte desse período intubada por complicações da Covid-19. Assim que se recuperou, ela voltou a realizar cirurgias.
Habr-Gama é uma das mais renomadas gastroenterologistas do Brasil, sendo vencedora de mais de 50 prêmios. Aos 19 anos, ela começou a estudar medicina na Universidade de São Paulo (USP) e desde então segue dedicada à profissão.
Em fevereiro, ao lado de seu marido, o também médico Joaquim José Gama, Angelita viajou para Jerusalém para participar de um congresso internacional de medicina. Por ser especialista em coloproctologia, área que estuda doenças do intestino, grosso, reto e ânus, ela é uma referência e sempre frequenta eventos de saúde em outros países.
No dia 28 de fevereiro, o casal retornou ao país. Em 8 de março, ela recebeu 400 pessoas em comemoração ao lançamento da sua biografia, ‘Não, não é resposta’, escrita por Ignacio de Loyola Brandão. Dias depois, ela sentiu os sintomas do coronavírus, como febre e tosse intensa.
Apesar de estar no grupo de risco do novo coronavírus, ela continuava a sua rotina no hospital. No entanto, seu trabalho foi interrompido quando teve que ser internada. Seu marido também foi infectado, mas com sintomas leves.
No Hospital Oswaldo Cruz, do qual ela faz parte da equipe há 60 anos, a médica teve intenso apoio para a recuperação, e em 10 de maio estava de alta. O hospital emitiu o comunicado: “Angelita Gama é uma referência para todos nós. Vê-la curada, depois de uma intensa batalha contra o vírus, renova nossa confiança na Medicina, na Ciência, na luta para salvar vidas e traz imensa alegria a todo o corpo clínico e assistencial da instituição”.
Por conta do coronavírus e da intubação, ela perdeu peso e apresentou fraqueza muscular. Após um período de recuperação, em 1º de junho ela voltou a atender e afirma não ter sequelas.
Fontes: UOL e BBC Brasil