Médico judeu e enfermeira negra salvam a vida de nazista
O médico conta que o paciente chegou de ambulância ao hospital e apresentava falta de ar severa, um dos sintomas da forma grave da Covid-19. Na hora da intubação, equipe viu tatuagens nazistas espalhadas pelo corpo do paciente, mas seguiu o atendendo da mesma forma
O Holocausto foi um dos períodos mais tristes e vergonhosos da história da humanidade. A estimativa é de que 6 milhões de judeus tenham sido mortos, incluindo mulheres e crianças. A fixação de Adolf Hitler pelo que ele considerava uma “raça pura” o fez perseguir e matar quem não se encaixava nos padrões nazistas.
Infelizmente, até hoje existem grupos nazistas, com uma atitude racista, xenofóbica e homofóbica. Mas o destino fez com que a vida de um desses nazistas ficasse nas mãos de um médico judeu e de uma enfermeira negra, que salvaram sua vida.
Na linha de frente do combate à Covid-19 na Califórnia (Estados Unidos), o médico judeu Taylor Nichols contou sobre o momento em que precisou intubar um paciente com suásticas e outros símbolos nazistas tatuados pelo corpo. Ele narrou sua experiência nas redes sócias.
O relato também foi publicado, no dia 5 de dezembro, no jornal ‘The Washington Post’. Nichols conta que o paciente chegou de ambulância ao hospital e apresentava falta de ar severa, um dos sintomas da forma grave da doença causada pelo novo coronavírus.
“Quando o colocamos na maca e tiramos sua camisa para colocar uma manta hospitalar, havia uma coisa em que todos nós reparamos: as tatuagens nazistas”, relatou Nichols. Além dele, judeu, a equipe que atendeu o paciente era composta por uma enfermeira negra e um terapeuta respiratório de origem asiática.
O médico conta que perguntou ao paciente (o homem não teve a identidade revelada) se ele permitiria ser intubado. Afinal, ele estava com muita dificuldade para respirar, e o oxigênio artificialmente fornecido já não parecia suficiente.
“Não me deixe morrer, doutor”, disse o homem.
“Todas as vezes em que eu me vejo nessa situação, eu me sinto um pouco balançado. E, em todas as vezes, eu sou capaz de controlar minhas emoções serena e rapidamente”, afirma Nichols.
“A suástica aparecia fortemente em seu peito. Tatuagens da SS [organização nazista paramilitar que servia a Adolf Hitler e outras insígnias nazistas corriam por seus braços”, relata.
O médico que salvou a vida do paciente disse que aprendeu uma lição com o ocorrido. “Depois que o paciente foi intubado e estabilizado, eu nunca mais o vi. Mas ele me ensinou uma lição que agora compartilho com outros profissionais da saúde: esta pandemia está, simultaneamente, testando e fortalecendo nossa compaixão.”
Fontes: The Washington Post e G1