Mês da Mulher: encarceramento feminino é tema de mostra cultural
Exposições artísticas de egressas do sistema prisional, curtas metragens e realidade virtual marcam a programação da mostra cultural que acontece de 8 a 14 de março, no Centro Cultural Olido, em São Paulo
No Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, estreia a mostra Mulheridade e Cárcere, no Centro Cultura Olido, localizado no centro de São Paulo. Realizado até o dia 14, o evento promove exposições de objetos fabricados por egressas do sistema prisional, vídeos e poesias audiovisuais produzidos por mulheres, incluindo o vídeo-poema de Luiza Romão poeta vencedora do prêmio Jabuti, além de uma mostra de curtas sobre temas relacionados às vivências femininas dentro dos presídios. O evento é gratuito e para todas as idades.
Mulheridade e Cárcere é um projeto de exposição que oferece uma experiência multimídia sobre temas relacionados ao encarceramento Feminino no Brasil e no mundo. O projeto provoca reflexões, movimentos e imagens sobre o encarceramento feminino e de como ele reverbera na vida das presas, na memória coletiva e na sociedade como um todo. Também marcam a programação uma oficina e a experiência de VR – realidade virtual – denominada “Prisão X”, produção que conta com parceria de profissionais mulheres da América Latina e da Oceania.
“Quando se fala em Dia Internacional da Mulher, na maioria das vezes, nossa sociedade não pensa, nem enxerga as mulheres presas ou egressas. São vidas invisíveis. Nessa mostra, queremos mostrar a vida que há nelas, seus talentos e sua luta”, afirma Manu Sobral, curadora da Mostra.
Entre os dias 8 e 14, a Vitrine Hub da Galeria Olido receberá a exposição de objetos Libertas e vídeos que serão apresentados entre 14h e 20h, exceto domingos e segundas. No sábado, dia 11, o evento promove uma ocupação artística em vários espaços do Centro Cultural Olido, também das 14h às 20h. Na ocasião, o público poderá experimentar o trabalho em realidade virtual “Prisão X”, experiência virtual exibida em Sundance, dirigido pela Boliviana residente na Australia, Violeta Ayala. Às 14h e às 18h, haverá oficinas de vulvas (costura e autoconhecimento) e de Zine e Linguagem Liberta, ambas oficinas serão ministradas por integrantes da Cooperativa Libertas. Às 20h, haverá um sarau com venda de livros de autoras mulheres egressas do sistema prisional e autoras que escrevem sobre o tema.
Mulheridade e Cárcere terá ainda alimentação e comes e bebes à venda pelo Coletivo Diversidade a Mesa, que promove capacitação e formação de profissionais LGBTQIA+ e egresses do cárcere para as áreas de gastronomia. A ação contribui para o ODS 10, meta da Agenda 2030 da ONU que promove a redução das desigualdades.