Número de pessoas em situação rua em São Paulo cresce 53% em 4 anos
De acordo com levantamento, 24 mil pessoas estão vivendo nas ruas do município. Além disso, nos últimos 19 anos o aumento da população de rua foi de 179%
Por: Mariana Lima
Em 2015, a cidade de São Paulo lançava a 4ª edição do Censo da População em Situação de Rua, em que registrava 15,9 mil pessoas vivendo nas ruas ou em abrigos do município.
A 5ª edição da pesquisa, recém-lançada e feita com base em dados de 2019, aponta um número 53% maior. Agora, são 24.344 pessoas em situação de rua na cidade.
O levantamento é publicado desde 2000, e é lançado a cada cinco anos.
A nova edição aponta que o aumento no número de pessoas vivendo nas ruas se deve à alta do desemprego. Além disso, mais pessoas estão optando por ficarem nas vias públicas ao invés de irem para os albergues.
Entre 2000 e 2019, o número de pessoas em situação de rua na capital aumentou 179%. A prefeitura esperava um aumento menor no censo deste ano.
As abordagens realizadas também serviram para traçar um perfil desta população. De acordo com o censo, 85% das pessoas em situação de rua na cidade são homens, 47,6% são pardos e 46,6% estão na faixa etária de 31 a 49 anos.
Vale apontar a identificação de 644 crianças e adolescentes em situação de rua, um valor menor do que o observado em 2015. Também foram contabilizados 386 transexuais, transgêneros e travestis nas ruas.
Em relação à localidade em que fica a maior concentração desta população, destaca-se a região da Prefeitura Regional da Sé, que abarca os distritos de Bela Vista, Bom Retiro, Cambuci, Consolação, Liberdade, República, Santa Cecília e Sé, com 45% desta população. A região também ficou na 1ª posição no censo de 2015.
Em seguida vem a Prefeitura Regional da Mooca, que recebe 19% desta população, e registra diversos atritos entre os moradores dos bairros da região e a população de rua.
Em outubro de 2019, moradores do bairro da Mooca realizaram uma petição para fecharem o centro de acolhida Mooca I, por atribuírem crimes que ocorreram na região a pessoas em situação de rua.
Ao todo, 12.651 pessoas vivem exclusivamente nas ruas da cidade e 11.693 buscam passar a noite ou parte do dia, de forma regular, em abrigos ou centros de acolhida.
A procura por abrigos e centros de acolhida é maior entre crianças e adolescentes (81%) e idosos (81%). Entre os adultos, 57% buscam esses espaços. No total, 48% da população de rua frequenta os centros.
Entre os motivos relatados pelos entrevistados para estarem nas ruas estão conflitos familiares (50%), dependência química (33%) e a perda de trabalho (23%).
Para ler o relatório completo, clique aqui.
Com informações do Nexo Jornal
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21/08/2020 @ 16:45
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