Oxfam cobra transparência em cadeias de fornecimento dos supermercados
Com a campanha “Por Trás do Preço”, Oxfam Brasil pressiona supermercados a mudarem o processo de compra, exigindo transparência sobre fornecedores; o objetivo da iniciativa é garantir o respeito aos direitos humanos de trabalhadores inseridos na agricultura
Por Iara de Andrade
A Oxfam Brasil divulgou seu balanço sobre devida diligência que pressiona os supermercados a mudarem o processo de compra, exigindo transparência sobre fornecedores, como forma de garantia do respeito aos direitos humanos de trabalhadores inseridos na agricultura.
O ato que marca o fim da campanha Por Trás do Preço será nesta quinta-feira, 15, com a entrega da petição aos supermercados, que reuniu mais de 130 mil assinaturas. O documento tem como foco os supermercados do grupo Carrefour e Pão de Açúcar, em São Paulo.
A partir do cumprimento das medidas, será possível identificar as violações aos direitos de milhares de pessoas pelo país, em casos que vão de trabalho escravo, baixos salários e más condições de trabalho.
A ação foi iniciada em 2018 com o relatório “Hora de Mudar” e está alinhada à Agenda 2030 da ONU, a partir do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 8, que visa a promoção de emprego pleno e produtivo para todos.
Em 2019, houve o lançamento da petição e de um novo relatório, juntamente a um documentário, intitulado Frutas Doces, Vidas Amargas, denunciando as condições precárias no campo, com trabalhadores rurais sem salário digno, passando fome, vivendo na pobreza e arriscando sua saúde para produzir algumas das melhores frutas do mundo.
Ao longo dos três anos da campanha Por Trás do Preço, a Oxfam lançou ainda um segundo relatório chamado Por Trás das Suas Compras, que analisava os compromissos e políticas corporativas dos maiores supermercados brasileiros em comparação aos estrangeiros, o que evidenciou uma grande lacuna em termos de melhores práticas.
Por fim, foi lançado mais um relatório acompanhado por um curta-documentário, chamado Mancha de Café, sobre a difícil situação enfrentada por trabalhadoras e trabalhadores da cultura do café em Minas Gerais, onde há alta incidência de informalidade e casos de trabalhadores em situação análoga a de escravidão.