Pandemia descontrolada no Brasil vira destaque no mundo
Imprensa internacional tem destacado o alto número de mortes e infectados no Brasil e a troca de ministros durante esse colapso
O mundo todo virou os olhos para o Brasil, quando a imprensa internacional destacou o alto número de mortes e infectados no país e a troca de ministros durante esse colapso.
A emissora americana CNN publicou uma extensa reportagem em seu site dizendo que a turbulência política no Brasil tem ofuscado a crise sanitária causada pelo novo coronavírus. Em 31 de março, o país registrou quase 4 mil mortes provocadas pela doença em 24 horas.
“Os brasileiros estão cada vez mais descontando sua raiva em Bolsonaro, que minimizou o vírus desde o início”, diz a emissora, que ainda destacou a queda de popularidade do presidente. A CNN destaca que, em meio a este clima desfavorável, promoveu mudanças em seis ministérios, tendo como objetivo “aumentar o apoio (do Centrão), dando cargos ministeriais a esses partidos e substituindo o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo”. Entre essas mudanças, a demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e a consequente saída dos três comandantes das Forças Armadas foi a que mais teve repercussão.
O jornal britânico The Guardian, por sua vez, disse que a crise política e sanitária do país aumentou a pressão em cima de Bolsonaro, com políticos da oposição pedindo o impeachment do presidente. A publicação ainda destaca declarações de parlamentares brasileiros, como a do líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon. “Há uma tentativa aqui do presidente de conseguir um golpe – já está em andamento – e é por isso que estamos reagindo”, disse o deputado. Com a avaliação de especialistas, o jornal diz que os motivos “da súbita e dramática fissura entre o presidente de extrema direita do Brasil e os militares que ajudaram a levá-lo ao poder em 2018” ainda precisa ser explicada.
“Bolsonaro tenta reprimir as Forças Armadas” é manchete no jornal conservador Le Figaro de hoje. Para o correspondente do diário em São Paulo, Michel Leclercq, a atitude do presidente brasileiro é o início de uma crise inédita com essa instituição que, apesar de hoje respeitar a ordem democrática, é marcada pelas práticas na época da ditadura militar no país. Le Figaro destaca que a decisão de Bolsonaro de demitir o ministro da Defesa, dizem rumores, porque Fernando Azevedo e Silva teria proibido as Forças Armadas de interferirem em questões políticas, suscitou um forte mal-estar entre os militares e uma grande preocupação por parte da oposição.
O Brasil ainda não tem um plano de combate à covid-19, mesmo sendo o primeiro no ranking de mortes no mundo.
Fonte: UOL