Pesquisa aborda como a pandemia impactou empreendedoras negras
De acordo com a pesquisa ‘Mulheres negras: Saúde financeira e expectativas diante da Covid-19’, 46,9% das entrevistadas responderam que temem mais a perda de clientes do que serem diagnosticadas com a Covid-19
Por: Mariana Lima
O Instituto de Identidades do Brasil (ID_BR), o Empodera, o EmpregueAfro e a Faculdade Zumbi dos Palmares se uniram para produzir o levantamento ‘Mulheres negras: Saúde financeira e expectativas diante da Covid-19′.
Analisando dados observados entre os dias 31 de março e 2 de abril, a pesquisa visa entender o impacto da pandemia de Covid-19 na vida financeiras das mulheres negras. Ao todo, 243 mulheres participaram da pesquisa.
De acordo com o levantamento, 72% das mulheres negras comandam seus próprios negócios, que estão divididos nas áreas: moda (17,10%), beleza (10,90%), gastronomia (10,30%), arte (8,60%) e saúde (8,60).
A pesquisa aponta que apenas 7,8% das profissionais negras estão em empresas multinacionais e 20,2% nas nacionais, revelando que o empreendedorismo é um dos principais caminhos para essas mulheres entrarem no mercado de trabalho.
O avanço da pandemia mostrou um risco que muitas destas empreendedoras correm em seus negócios: 79,4% delas informaram que não tinham reserva financeira e 44% só têm capital de giro – dinheiro para os gastos necessários da empresa – para apenas 1 mês.
A pesquisa questionou as entrevistadas sobre qual seria a maior preocupação delas no momento, e 46,9% responderam que temem mais a perda de clientes do que serem diagnosticadas com a Covid-19. Apenas 37,7% tinham a preocupação oposta.
Elas informaram que o auxílio de R$ 600, disponibilizado para microempreendedores individuais, contribuintes individuais do INSS e demais trabalhadores informais, é apertado para suprir todos os gastos pessoais e do negócio.
Fonte: Revista CLAUDIA