Professora faz sala secreta para meninas proibidas de estudar pelo Talibã
No Afeganistão, uma professora se arrisca ao fazer sala secreta para meninas afegãs proibidas de estudar pelo Talibã. Regime extremista assumiu o poder do país ano passado
Desde que o Talibã assumiu o governo do Afeganistão, as mulheres do país são as que mais sofrem. Elas estão proibidas de estudar pelos extremistas, que não querem que as mulheres tenham acesso à educação.
Em março, as escolas para meninas estavam prestes a reabrir. Mas cerca de uma hora depois que as alunas começaram a chegar, a liderança do Talibã anunciou uma mudança repentina na política.
Escondida em um bairro residencial, está uma das novas escolas “secretas” do Afeganistão – um pequeno, mas poderoso ato de resistência ao Talibã. Cerca de uma dúzia de meninas adolescentes estão assistindo a uma aula de matemática.
“Sabemos das ameaças e nos preocupamos com elas”, diz a única professora, acrescentando que a educação das meninas vale “qualquer risco”.
Em quase todas as províncias do país, as escolas secundárias para meninas receberam ordens do Talibã para permanecerem fechadas. Na escola que visitamos, foi feito um trabalho impressionante na tentativa de reproduzir uma sala de aula convencional, com fileiras de carteiras azuis e brancas. “Fazemos o nosso melhor para fazer isso em segredo”, diz a professora, “mas mesmo que me prendam, me batam, vale a pena”.
Uma estudante de 15 anos diz que gostaria de enviar uma mensagem para outras meninas no Afeganistão: “Seja valente, se você for valente, ninguém pode te deter.”
Durante a passagem anterior do Talibã no poder, na década de 1990, todas as meninas foram impedidas de ir à escola, ostensivamente devido a “preocupações de segurança”. Agora, três décadas depois, o retrocesso volta a atingir as mulheres.
Fonte: UOL