Projeto entrega celulares para alunos vulneráveis da rede pública do RS
Projeto do Ministério Público do Rio Grande do Sul transforma celulares apreendidos pela polícia em doações para ajudar estudantes que não têm um smartphone para acompanhar aulas online
Por: Mariana Lima
Aparelhos de celular apreendidos dentro de presídios e durante operações policiais ganharam uma nova função no Rio Grande do Sul. Os smartphones passaram a ajudar estudantes.
Os alunos de escolas públicas passaram a receber os aparelhos para acompanharem as aulas virtuais durante a pandemia do novo coronavírus.
A iniciativa foi idealizada pelo promotor Fernando Andrade Alves, da comarca de Osório, a 94 km de Porto Alegre, no litoral gaúcho, após ver diversos pedidos de doação de aparelhos feitos por escolas da região.
Ele atua no controle externo da atividade policial, tendo que visitar periodicamente as delegacias. Nestas visitas, ele percebia a enorme quantidade de celulares apreendidos.
A ideia começou a ser colocada em prática, em junho de 2020, e a meta é que o modelo seja adotado pelas promotorias de outros estado brasileiros, beneficiando mais estudantes.
Mais de 200 celulares já foram entregues pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) a estudantes de escolas estaduais que enfrentavam dificuldades para estudar com o fim das aulas presenciais.
Além de Osório, outras cidades como São Borja, Lajeado, Bento Gonçalves e Santa Cruz do Sul foram contempladas.
O contato com as escolas beneficiadas foi intermediado pela promotora Cristiane Della Méa Corrales, que atua na área de educação na região de Osório.
Com o auxílio das direções dos colégios, foi possível identificar os alunos sem acesso à internet por falta de smartphones.
A iniciativa do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) foi batizada como Alquimia II. Vale pontuar que os aparelhos retirados do presídio não foram direto para a mão dos alunos.
Muitos precisaram ser consertados e reconfigurados, e outros precisavam de peças e até de carregador para tomada. Esse era um dos principais gargalos do projeto.
A dificuldade foi resolvida com uma parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), que permite que os celulares sejam arrumados mais rapidamente, ampliando o número de alunos com seus próprios aparelhos.
Fonte: Folha de S. Paulo