Software pode diagnosticar câncer de pele que médicos não veem
Algoritmo desenvolvido na Unicamp já é capaz de diagnosticar câncer de pele com 86% de precisão
Por: Mariana Lima
Um grupo de cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fez um descoberta, ainda que preliminar, sobre o uso da inteligência artificial (IA) na identificação de tumores.
Através dos estudos realizados pelo grupo, uma máquina com inteligência artificial se mostrou capaz de detectar um tumor maligno até em imagens nas quais a lesão foi coberta e somente a pele ao redor do tumor analisada.
Isso significa que o computador foi capaz de ver indícios dos tumores onde médicos especialistas não conseguiam, dando margem para o potencial da ferramenta no trabalho de médicos.
Os cientistas utilizaram técnicas avançadas de machine learning (aprendizado de máquina) para treinar computadores a fazer o diagnóstico do melanoma, o tipo mais agressivo e letal de câncer de pele.
O algoritmo desenvolvido pelo grupo tem um índice de 86% no acerto do diagnóstico do melanoma, contra 67% da precisão da avaliação médica. Quando a imagem da lesão foi coberta, a máquina identificou o melanoma em 71% dos casos.
A inteligência artificial utiliza de redes neurais artificias inspiradas em neurônios de seres inteligentes, permitindo que através do treinamento as máquinas aprendam a identificar padrões.
A familiaridade com as imagens possibilita a aprendizagem da máquina para que possa diferenciar outros tipos de tumores, e se são malignos ou benignos.
Os cientistas, além de ensinarem o computador a identificar o câncer de pele, trabalham para que o computador possa também criar imagens que “imitam” fotos reais do melanoma.
A pesquisa da Unicamp foi premiada na 7ª edição do Latin America Research Awards (Lara) no final de 2019. A premiação do Google oferece bolsas de pesquisa para projetos acadêmicos da América Latina que proponham soluções tecnológicas para problemas do cotidiano.
O projeto do grupo da Unicamp ficou entre os poucos selecionados que receberam a bolsa por dois anos consecutivos.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), existe uma estimativa de 6.260 novos casos de melanoma anualmente no Brasil.
Fonte: Jornal da Unicamp