USP e FJLES lançam pesquisa sobre hesitação vacinal de crianças e adolescentes
A pesquisa produzida pela Universidade de São Paulo e a Fundação José Luiz Egydio Setúbal foi divulgada nesta semana, no 5º Fórum de Políticas Públicas da Saúde na Infância; o evento contou com a presença de pesquisadores, profissionais da saúde, representantes do terceiro setor e de órgãos públicos, que debateram sobre a hesitação vacinal no país
Da Redação
A adesão à vacinação infantil cresceu no Brasil. Neste ano, 83% dos adultos que possuem filhos imunizaram suas crianças, é o que diz a pesquisa “O que pensam os brasileiros sobre a vacinação de crianças e adolescentes em 2023?”, realizada pela Universidade de São Paulo junto à Fundação José Luiz Egydio Setúbal (FJLES).
O relatório foi divulgado na última terça-feira (24/10), na 5ª edição do Fórum de Políticas Públicas da Saúde na Infância, sediado no Instituto Butantan, em São Paulo. Durante a ocasião, Marcos Paulo de Lucca Silveira, responsável pelo Departamento de Pesquisa da FJLES, explicou o papel do levantamento para o atual cenário de cobertura vacinal do país.
“A pesquisa tem dois grandes resultados muito importantes para o Brasil. Primeiro é a ampla aceitação da população em relação às vacinas e segundo é a questão do apoio a algumas vacinas serem aplicadas nas escolas, por uma questão de conveniência. Mais de 80% dos entrevistados afirmam que seus filhos poderiam tomar vacinas nas escolas, o que pode ser uma ótima estratégia de perspectiva nacional”.
ARTICULAÇÃO ENTRE SETORES PARA O COMBATE À HESITAÇÃO VACINAL
O evento contou com mesas temáticas sobre hesitação vacinal, ações para a retomada da alta cobertura vacinal e desinformação. Participaram dos debates representantes de diversos setores, como FJLES, UNICEF Brasil, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Fiocruz e Prefeitura Municipal de São Paulo.
Também presente na ocasião, o fundador do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), Marcos Kisil, destacou a relevância das instituições no debate de políticas públicas. “Uma boa política pública tem que somar aquilo que a ciência pode trazer com o que a sociedade entende como uma questão a ser resolvida, e ter um governo que faça um instrumental que permite acessibilidade para todos, ao mesmo tempo que resolve todas essas questões que não são só do governo, são da sociedade e da ciência”.
Para o fundador da FJLES, Dr. José Luiz Egydio Setúbal, quando se trata de imunização infantojuvenil, o papel da organização é ser um articulador entre governos, pesquisadores, sociedade civil e até mesmo a iniciativa privada. “Nós articulamos esses players, trazemos informações e promovemos discussões, buscando caminhos que contribuam para o enfrentamento do problema”.
O material completo está disponível no site da FJLES. A pesquisa contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 da Agenda 2030, meta que promove saúde e bem-estar para a população.