Brasil: um país construído pelo preconceito e intolerância
Apesar da imagem de país diverso e tolerante, o Brasil apresenta dados que colocam em cheque sua postura internacional. Segundo o relatório Pobreza na Infância e na Adolescência, produzido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), mostra que 39,7% das crianças de até 5 anos têm seus direitos violados no Brasil.
Em 2017, o Brasil liberou o ranking no número de assassinatos de diversos grupos de pessoas, como jovens negros do sexo masculino, pessoas da comunidade LGBTIQ+, defensores dos direitos humanos, grupos ligados à defesa de terra e populações tradicionais e policiais. Os dados são da Anistia Internacional.
Para falar sobre o preconceito no Brasil, recebemos, no programa de TV do dia 10 de outubro, Vítor Aquino de Queiroz, doutor em Antropologia Social pela Unicamp, que se dedica – através do cruzamento interdisciplinar entre a História Social da Cultura, a Antropologia Social e a Etnomusicologia – ao estudo da música popular, dos cultos afro-brasileiros e das questões étnico-raciais no Brasil. Queiroz é autor do livro “Dorival Caymmi: a pedra que Ronca no Meio do Mar”, resultado da sua tese de doutorado.
Entre os assuntos abordados estão: a naturalização do preconceito e a perseguição no Brasil Colônia; a interferência da religião no Brasil; o conceito de raça; o controle dos corpos indesejados; Lei Saraiva e a exclusão dos analfabetos ao direito do voto; preconceito contra as religiões de matriz africana; a guerra aberta aos povos indígenas; privilégios na sociedade; a volta da fome ao Brasil; Dorival Caymmi e o preconceito; e a aceitação limitada de artistas negros.
O programa também teve o quadro ‘Você Conhece?’, que contou a história de Cora Coralina, famosa escritora e poetisa brasileira que publicou seu primeiro livro aos 76 anos de idade.
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Observatório do Terceiro Setor na TV
Todas as quartas-feiras, à meia-noite, na TV Aberta de São Paulo, canais 9 da NET, 8 da Vivo Fibra e 186 da Vivo.
Todas as quintas-feiras, ao meio-dia, na NGT, canal 48 em São Paulo, canal 45 no Rio de Janeiro.
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Foto: Mwangi Gatheca (Unsplash)
Decio Gomes Evangelista
23/11/2019 @ 16:13
gostei muito bom os conteúdos de informação parabéns!
Higino Pimentel Tenório
25/02/2020 @ 09:12
Meu comentário parte da minha experiência pessoal
Eu não sabia o que era ser índio só sabia que era um tuyuka do povo Tuyuka.
Em 1965 fui intenado no colégio salesiano. Foi exatamente neste lugar, comecei ouvir pela primeira vez na minha infancia ser chamado índio selvagem, preguiçoso, fala portugues, seja civilizado até hoje continua. Para mim sequela opressiva
e etnocida da ditadura militar marca minha6 memória
Hoje, com meus 65 anos entendo que, a forma com o que me tratava meus professores(as) era Racismo
Até hoje perpetua cultura racista na maioria dos bradsileiros
Brasileiro, nome em si,,quando se trata de preconceito, tem e carrega conotação racista. Nome ideológico, genérico para negar Pluri-étnicas do país
Elze
27/02/2020 @ 14:54
O mito do país da tolerância, da alegria, do samba, carnaval e cerveja, confrontado com a triste realidade da intolerância, do apartheid gelado, do genocídio de nossa população jovem, negra e pobre.
José Luiz Vieira Naves
02/03/2020 @ 07:33
Lamentável esse preconceito e descaso com mais vulneráveis!
Roger
04/11/2020 @ 11:41
Olá, Higino!
Devemos desculpas. Sinto-me honrado em falar com você e envergonhado pelo modo como fazermos parte desse racismo estrutural.