Água de torneira tem produtos químicos e radioativos em 763 cidades
Dados inéditos revelam que produtos químicos e radioativos estão presentes em níveis acima do permitido na água de torneira em 763 cidades brasileiras
Por Juliana Lima
Substâncias químicas e radioativas foram encontradas na água de torneira de 763 cidades brasileiras, de acordo com dados inéditos levantados pela ONG Repórter Brasil. Segundo o levantamento, entre 2018 e 2020, 1 em cada 4 municípios do país registrou substâncias em quantidade acima do limite permitido. Entre eles está São Paulo (13 testes acima do limite), Florianópolis (26) e Guarulhos (11).
Os testes foram feitos após o tratamento da água por empresas ou órgãos de abastecimento e enviados ao Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano), do Ministério da Saúde. A maioria das substâncias encontradas não pode ser removida por filtros ou por fervura da água.
De acordo com especialistas, o dado significa que a água está contaminada e é imprópria para o consumo. O risco para a saúde de quem consome a água varia de acordo com a substância e com o número de vezes que ela foi consumida ao longo do tempo. Os sintomas das substâncias químicas e radioativas podem levar anos, mas, quando aparecem, são na forma de doenças graves como, por exemplo, o câncer.
Com as informações, a Repórter Brasil construiu o site Mapa da Água, onde destaca quais substâncias extrapolaram o limite nos diferentes municípios do país e explica os riscos de cada uma delas. Além disso, é possível ver onde cada substância é utilizada, para tentar traçar a origem da contaminação. O nitrato, por exemplo, terceira substância que mais vezes excedeu o limite, é usado na fabricação de fertilizantes, conservantes de alimentos, explosivos e medicamentos. Ele é classificado como “provavelmente cancerígeno” pela Organização Mundial da Saúde.
No entanto, as substâncias mais associadas a problemas com a água no Brasil são geradas pelo próprio tratamento. Quando o cloro interage com elementos como algas, esgoto ou agrotóxicos, nascem os chamados “subprodutos da desinfecção”. De acordo com os dados encontrados, esses subprodutos estão acima do limite em 493 cidades, 21% das que testaram.
Fonte: Agência Pública
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