Alerta: raiva humana já matou adolescentes e criança em MG
Após 10 anos sem registros da doença em Minas Gerais, dois adolescentes de 12 anos e uma criança de 5 anos indígenas morreram vítimas da raiva humana. Os três eram da mesma família
Dois adolescentes de 12 anos e uma criança de 5 anos morreram vítimas da raiva humana em Minas Gerais. Os três casos confirmados da doença surgiram após 10 anos sem registros da doença no estado. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) investiga mais um caso suspeito. Trata-se de uma menina de 11 anos.
Os adolescentes e a criança vítimas da doença eram da mesma família. Eles eram da etnia Maxacali e viviam na reserva indígena de Pradinho, em Bertópolis, na Região do Vale do Mucuri.
De acordo com o Ministério da Saúde, a raiva é transmitida aos humanos por meio da saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura. Mas ferimentos provocados por arranhões desses animais também podem transmitir a doença.
Foi exatamente dessa forma que Zelilton Maxakali, de 12 anos, contraiu a raiva humana. A família contou aos médicos que ele havia sido atacado por um morcego 10 dias antes. Ele foi atendido no dia 3 de abril e morreu em menos de 24 horas.
A menina de 12 anos também apresentou sintomas e o caso foi notificado à SES-MG no dia 5 de abril. Na data seguinte, foi transferida de Bertópolis para o Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte, onde permaneceu internada por 24 dias. Ela chegou a ocupar um leito de UTI, mas morreu no dia 29 de abril.
No dia 17 de abril, a SES-MG tomou conhecimento da morte de uma criança de 5 anos que também vivia na aldeia. Ela não apresentou sintomas da doença, mas como havia parentesco próximo com as outras vítimas, o estado passou a investigar o caso, que foi confirmado em 26 de abril. As investigações continuam para saber como ocorreu a infecção.
Uma menina de 11 anos, da mesma comunidade indígena, está internada em Minas Gerais com febre e dor de cabeça. A SES-MG também investiga se ela está com raiva humana. O caso foi considerado suspeito no último dia 21 de abril e aguarda resultado dos exames laboratoriais.
A doença pode não apresentar sintomas durante um intervalo de 45 dias. Mas, segundo o Ministério da Saúde, o tempo de incubação pode mudar de acordo com diferentes fatores. Entre eles, a parte do corpo e a profundidade da mordida; e se a vítima for criança – quando a doença se desenvolve mais rapidamente.
O vírus provoca:
- mal-estar geral;
- pequeno aumento de temperatura;
- perda de apetite;
- dor de cabeça;
- náuseas;
- dor de garganta;
- fraqueza;
- irritabilidade;
- inquietude;
- sensação de angústia.
Os sinais podem permanecer de 2 a 10 dias após o período de incubação.
Para evitar a contaminação, é preciso receber a vacina contra a raiva. O imunizante é aplicado em humanos e, também, nos animais domésticos.
Anualmente, o governo faz campanha de vacinação antirrábica. A aplicação das doses em cães e gatos evita a infecção de animais domésticos e prováveis transmissões para humanos.
Fonte: g1