Pastor gera revolta ao dizer que “mendigos têm o dever bíblico de passar fome”
O pastor Marcos Granconato, líder da Igreja Batista Redenção, em São Paulo, declarou que “a maioria dos mendigos tem o dever bíblico de passar fome”. Segundo pastor, essas pessoas não trabalham por falta de vontade e não merecem comer. Declarações geraram revolta nas redes sociais
Um pastor causou revolta nas redes sociais ao defender que “mendigos têm o dever bíblico de passar fome”. Marcos Granconato, líder da Igreja Batista Redenção, em São Paulo, fez a afirmação no Facebook no último domingo (01/05) e a mensagem tem repercutido durante esta semana.
“A maioria dos mendigos tem o dever bíblico de passar fome, pois Paulo diz aos tessalonicenses: ‘Se alguém não trabalha, que também não coma'”, escreveu ele, que limitou os comentários na publicação.
Diversas pessoas demonstraram revolta e contestaram a posição de Granconato. “Então a maioria dos mendigos são vagabundos [sic] na sua visão? O senhor diz isso com base em quê?”, escreveu um homem. “Com base no que eu vejo nas ruas. Gente forte, saudável e jovem mendigando por aí! Quando vejo um doente, me compadeço. Mas quando olho para a maioria, percebo que é pura vagabundagem”, respondeu o líder religioso.
Vale lembrar que a pandemia de covid-19 agravou ainda mais a crise que o Brasil já estava enfrentando, e levou milhões de brasileiros a perder seus empregos. Com isso, milhares de famílias que não conseguiram pagar o aluguel foram morar nas ruas.
Granconato ainda defendeu que “o pobre a gente ajuda. O vagabundo não” e contestou a afirmação de um fiel que defendia a existência de “pessoas fortes fisicamente, mas doentes emocionalmente e que não têm autoestima suficiente ou equilíbrio mental pra trabalhar”. “O post diz “a maioria” e não todos. Concordo com você no caso de pessoas doentes. Física e mentalmente. Já a questão de autoestima, isso é coisa de vagabundo mesmo. Pra trabalhar não precisa de autoestima”, respondeu o pastor.
O pastor esqueceu que quase 12 milhões de pessoas no Brasil estão à procura de um emprego no momento. Para ele, só não trabalha quem não quer trabalhar.
Em abril do ano passado, o pastor Granconato foi pivô de polêmica ao publicar uma foto com uma arma em um treino de tiro. Após a repercussão da imagem, ele fez uma publicação defendendo o armamento.
“Eu quero sim influenciar pessoas, instigando-as a praticar o tiro esportivo e ter armas em casa, desde que legalmente. Eu aprovo isso como cristão e creio que todos, após cumprir certas exigências, deviam ter armas em sua residência, em seu carro e em seu local de trabalho. Acredito que isso é sábio e bom. Se eu pudesse, pregaria armado, com um coldre sob o paletó, para proteger meu rebanho de loucos assassinos que atacam igrejas indefesas”, escreveu ele na época.
Fonte: UOL