Amigos fizeram tatuagem e doaram dinheiro para mulher que fingia ter leucemia
A camareira Débora Barros dos Santos, de 26 anos, fingia que tinha leucemia para aplicar golpes entre os amigos, que arrecadaram dinheiro para o tratamento e chegaram a fazer tatuagens.
A camareira Débora Barros dos Santos, de 26 anos, fingia que tinha leucemia para aplicar golpes e falava que o tratamento era feito em um hospital que não é paciente, segundo o delegado Tibério Cardoso. As vítimas contaram à polícia que a jovem pedia dinheiro para fazer exames e comprar remédios e cerca de 200 pessoas a ajudaram, em Pirenópolis, no Entorno do Distrito Federal.
O delegado informou que, na última terça-feira (27/01), ouviu 4 vítimas e o ex-namorado de Débora. Em depoimento, as testemunhas falaram que a jovem alegava fazer o tratamento no Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, acompanhada de uma amiga que ninguém conhecia e essa amiga falava com elas apenas por mensagem de texto.
“A amiga falava com eles que ela estava na sala recebendo a medicação e que a medicação era cara. O pessoal desconfiou e entrou em contato no hospital. O hospital disse que não tinha ninguém com o nome dela fazendo tratamento”, pontuou Tibério.
Uma colega que não quis se identificar disse que Débora falou que estava com a doença no final de setembro deste ano, mas foi nesta semana que eles registraram o caso na polícia. Sensibilizada com a suposta doença, três amigas até fizeram tatuagens em homenagem à camareira.
“Eu considerava ela demais, ela é madrinha do meu filho. Estou me sentindo triste, magoada, traída, a gente confia na pessoa, ajudamos de coração e aconteceu essa coisa. Eu nunca esperava isso dela, nesses 4 anos que eu a conheço”, falou.
A colega disse que pretende remover a tatuagem, mas a mágoa e a frustração vão continuar. Outra amiga que tatuou o nome de Débora desabafou que está decepcionada também com si própria por confiar tanto em alguém.
Uma das colegas de Débora contou que a jovem ia ao banheiro do trabalho e “sangrava” pelo ouvido, nariz e abria a porta pedindo ajuda. Após essas crises, ela ia embora e não deixava ninguém levá-la ao hospital, nem mesmo o namorado, segundo a colega, que não quis se identificar.
As crises repentinas, seguidas de recuperações rápidas, despertaram a desconfiança dos colegas.
“Ela fazia a cirurgia para retirada dos coágulos na cabeça, tinha até paradas cardíacas e no outro dia estava na empresa para trabalhar. Falava que fazia quimioterapia e apresentava estar bem fisicamente, algumas atitudes fizeram elas desconfiarem até que um dia ela foi pressionada a falar a verdade, já que nunca havia apresentado nenhum exame onde comprovava a veracidade da doença”, descreveu.
Matheus Milagre, também colega, contou ainda que Débora dizia que ia às consultas pela madrugada. Pelas redes sociais, Débora divulgou um panfleto pedindo ajuda e contando sua história com a suposta leucemia.
Fonte: g1