Retrocesso: Brasil corta 93% da verba para pesquisa em mudanças climáticas
Desde que assumiu a presidência, Jair Bolsonaro cortou 93% da verba destinada a estudos e projetos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas
O governo do presidente Jair Bolsonaro cortou 93% dos investimentos para estudos e projetos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas nos três primeiros anos da sua gestão, quando comparado com os três anos anteriores.
Os dados foram levantados pela BBC News Brasil por meio do Sistema Integrado de Orçamento do Governo Federal (Siop). Entre janeiro de 2016 e dezembro de 2018, os investimentos nessa área foram de R$ 31,1 milhões. Na gestão Bolsonaro, porém, os gastos foram de apenas R$ 2,1 milhões.
Procurados, os ministérios do Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia e Inovações, e a Presidência da República não se pronunciaram.
As mudanças climáticas são um conjunto de alterações no clima do planeta causadas pela ação humana. Entre os principais fatores está à emissão de gases causadores do efeito estufa, como os gases carbônico e metano.
Estudos indicam que países altamente dependentes da exportação de commodities agrícolas como o Brasil estão particularmente vulneráveis ao fenômeno porque ele pode causar, por exemplo, alterações no regime de chuvas e ventos e resultar em eventos climáticos extremos como secas prolongadas, ondas de frio e de calor mais frequentes.
Esses efeitos já estão atingindo o Brasil, que vive uma grave crise hídrica por falta de chuva. Essa crise, inclusive, tem afetado o fornecimento de energia para os brasileiros.
Pressionado por altas taxas de desmatamento nos últimos anos, o governo Bolsonaro participa da COP26, Conferência do Clima da ONU, que acontece em Glasgow, no Reino Unido. O próprio presidente não viajou para a Escócia.
Um dos principais objetivos da delegação brasileira é convencer a comunidade internacional do seu compromisso com a agenda ambiental. Porém, o desmatamento no país aumentou extremamente nos últimos anos.
Fontes: BBC Brasil