Indígenas do rio Negro criam fundo para incentivar projetos sustentáveis
O primeiro edital do Fundo Indígena do Rio Negro investirá um total de R$ 1 milhão em iniciativas de associações filiadas à Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn)
Por: Mariana Lima
Indígenas do rio Negro desenvolveram um fundo para incentivar o desenvolvimento sustentável da Amazônia. O primeiro edital do Fundo Indígena do Rio Negro investirá um total de R$ 1 milhão em iniciativas de associações filiadas à Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn).
A iniciativa é resultado de uma parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e do apoio da Embaixada Real da Noruega (ERN) e receberá propostas das associações indígenas filiadas à Foirn nos três municípios de atuação da Federação, Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, até o dia 30 de novembro.
No total, a área de abrangência da Foirn engloba 12 terras indígenas no Noroeste amazônico, sendo oito delas contíguas, onde moram aproximadamente 35 mil indígenas de 23 etnias.
Com a conclusão dos planos de gestão territorial e ambiental das terras indígenas, o Fundo será importante para garantir recursos para que as comunidades, por meio das associações de base, possam implementar ações locais em áreas prioritárias para o desenvolvimento sustentável, a exemplo de roças comunitárias com produtos do sistema agrícola do rio Negro.
A inspiração da iniciativa veio da observação de outros fundos de financiamento ou programas, como o PDPI (Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas), que mostraram a importância de ter uma iniciativa de financiamento gerenciada pelos povos indígenas.
O primeiro edital prevê duas categorias para aporte de recursos: a mirim, de até R$ 50 mil, e a de projetos intermediários, no valor de até R$ 100 mil. No primeiro caso, os beneficiários terão 12 meses para execução dos recursos, e, para o segundo, até 18 meses.
A meta é apoiar 10 projetos na categoria mirim e 5 projetos da categoria intermediária, podendo ser utilizados eventuais saldos para o apoio a mais projetos. Os temas englobam cultura, economia sustentável indígena e segurança alimentar.
Fonte: ECOA UOL