Maioria dos paulistanos nota sobrecarga feminina no trabalho doméstico
Pesquisa da Rede Nossa São Paulo mostra aumento na percepção de paulistanos sobre a sobrecarga feminina no trabalho doméstico. Apenas 37% acreditam que divisão entre homens e mulheres é equilibrada
Por Juliana Lima
Para a maioria dos moradores da cidade de São Paulo, as mulheres realizam mais tarefas domésticas do que os homens. Apenas 37% acreditam que a divisão acontece de forma equilibrada dentro da casa. Em 2021, quando muitos trabalhadores e trabalhadoras ainda faziam home office, a porcentagem era de 47%.
Os dados são da pesquisa “Viver em São Paulo: Mulher”, realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), empresa originada do IBOPE Inteligência. Em sua quinta edição, a pesquisa levantou dados sobre a percepção da população paulistana acerca de questões como violência de gênero e divisão de tarefas domésticas.
Ainda sobre a divisão das tarefas domésticas, a pesquisa revelou um aumento da percepção sobre a sobrecarga feminina principalmente entre as mulheres. Em 2021, 31% das paulistanas diziam que as mulheres faziam a maior parte do trabalho doméstico. Em 2022, são 41% as que afirmam isso.
A percepção sobre o aumento da violência doméstica contra as mulheres, no entanto, é consenso entre toda a população. De acordo com a pesquisa, 85% dos paulistanos dizem ter notado aumento nos casos. Na região norte da cidade, o índice chega a 89%.
Como solução, 53% dos entrevistados citam o aumento das penas para quem comete este tipo de crime. Entre as mulheres, a maioria concorda ser necessária uma capacitação adequada para que os funcionários dos canais de denúncia possam acolher melhor aquelas que procuram por ajuda.
Outra questão levantada foi o assédio contra as mulheres. Para 52% delas, o transporte público é o espaço onde mais se sentem mais vulneráveis e correndo maior risco de assédio, percentual que chega a 61% entre paulistanas de 45 a 59 anos e aquelas com ensino médio completo. É o quarto ano consecutivo em que o transporte aparece como maior fator de risco para as usuárias do sexo feminino. Na região sul de São Paulo, o percentual chega a 59%.
A pesquisa dá destaque também ao risco de sofrer assédio ao andar pelas ruas da cidade, citado por cerca de um terço das mulheres com até 34 anos e das que são das classes D e E.
Para ver a pesquisa completa, acesse o site.
Maristela
09/06/2022 @ 08:21
Sinto-me constrangida.
Que tipo de evolução estamos a alardear SE 50 anos após somente o q mudou foram as formas de crueldade?
Agora mais massivas e incontroláveis?
Vergonha…tristeza imensa!