Mais de 80% dos brasileiros com filhos aprovam a vacinação nas escolas
Além de abordar a vacinação nas escolas, a pesquisa produzida pela Universidade de São Paulo e a Fundação José Luiz Egydio Setúbal aponta as razões que levam os pais a vacinarem ou deixar de vacinar seus filhos
Da Redação
Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo e a Fundação José Luiz Egydio Setúbal (FJLES) afirma que mais de 80% dos pais e responsáveis de todo o Brasil concordam com a aplicação de imunizantes contra influenza, HPV e Covid-19 nas escolas. Embora dados dos últimos anos apontem uma baixa cobertura vacinal, o estudo confirma que adultos com filhos consideram a vacinação essencial para a saúde das crianças.
“O país não tem uma política definida sobre as campanhas nas escolas, alguns municípios oferecem e outros não, então esperamos que a pesquisa lance luz sobre essa possibilidade e oriente políticas públicas num futuro próximo”, diz Marcos Paulo de Lucca Silveira, pesquisador-chefe da FJLES.
Mães e pais das cinco regiões brasileiras foram entrevistados para a produção do estudo. Entre eles, 98% vacinaram seus filhos com idade igual ou inferior a 14 anos; a mesma porcentagem considerou os imunizantes importantes na prevenção de doenças como a meningite, o que sugere que a população leva em consideração a gravidade da doença na hora de decidir sobre vacinar as crianças.
A oferta de vacinação nas escolas pode contribuir para o aumento da cobertura vacinal no Brasil. Isso porque, segundo a pesquisa, os principais fatores que contribuem para a hesitação vacinal são a disponibilidade de imunizantes, a confiança na efetividade e segurança das vacinas, e a percepção de que os riscos de ter uma doença prevenível por vacina são baixos.
Durante o lançamento do estudo, no 5º Fórum de Políticas Públicas da Saúde na Infância, o diretor de Imunobiológicos do Instituto Butantan, Rui Curi, falou sobre o papel da iniciativa no cenário da imunização. “Temos a preocupação de educar as pessoas para que elas não tenham receio ou hesitação de tomar a vacina. Esse evento tem o propósito de discutir as causas da baixa cobertura vacinal, ouvindo diferentes setores e especialistas, para que se possa pensar uma estratégia efetiva para mudar este cenário”.
Ao discutir políticas públicas de saúde, a pesquisa contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3, meta da Agenda 2030 da ONU que incentiva ações que garantam saúde e bem estar para toda a população. O material completo está disponível no site da FJLES.