Ministério da Justiça: em 2023, 225 pessoas desapareceram por dia no Brasil
O Mapa da Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública mostrou que o Brasil registrou em média 225 desaparecimentos por dia em 2023. Foram 82.287 ocorrências no ano passado, um aumento de 2% em relação a 2022, que fechou com 80.675 casos.
O Mapa da Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública mostrou que o Brasil registrou em média 225 desaparecimentos por dia em 2023. Foram 82.287 ocorrências no ano passado, um aumento de 2% em relação a 2022, que fechou com 80.675 casos.
O relatório mostra que 40,9% dos registros se concentraram na região Sudeste, percentual influenciado pelos números do estado de São Paulo, que teve 18.421 desaparecimentos no ano passado. A região Sul aparece em seguida, com 25,4% do total no país. O menor percentual ficou na Região Norte, com 6% dos casos.
O índice é o terceiro aumento consecutivo do número de desaparecimentos desde 2020. A pasta informou que os estados do Rio de Janeiro, Rondônia e Santa Catarina não enviara dados de 2020, o que pode alterar a análise.
Em 2022, mais de um terço dos desaparecidos no Brasil são crianças e adolescentes de até 17 anos. Isso significa que um em cada três desparecidos no país é criança ou adolescente. Nessa faixa etária, eram 30 mil desaparecidos segundo registros feitos em delegacias reunidos pelo Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid), do Conselho Nacional do Ministério Público. No total, o país tem 84,9 mil pessoas desaparecidas.
Os motivos do desaparecimento de pessoas, incluindo crianças e adolescentes são diversos, que vão de brigas familiares até tráfico humano. O tráfico humano afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas e movimenta aproximadamente 32 bilhões de dólares por ano, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). A atividade criminosa é persistente por ser lucrativa e por estar diretamente ligada à desigualdade social, econômica, racial e de gênero.
Criada em 1996, a ONG Mães da Sé busca pessoas desaparecidas e também informa as mães sobre os seus direitos e medidas que elas podem tomar para encontrar o ente querido de maneira mais rápida.
Ivanise da Silva Santos criou a ONG após sua filha Fabiana, que tinha 13 anos na época, ter desaparecido no dia 23 de dezembro de 1995. Quando o fato ocorreu, não existiam câmeras nas ruas e a polícia tratou Ivanise de maneira desrespeitosa no momento em que ela foi abrir um boletim de ocorrência.
A busca pela sua filha permanece até os dias de hoje. Por conta de sua história, ela se uniu a outras mães que passam pela mesma situação para ajudá-las e dar todo o suporte jurídico necessário, já que oito pessoas desaparecem por hora no Brasil. Para conhecer melhor o trabalho da ONG Mães da Sé, clique aqui.
Fonte: R7