Aplicativo brasileiro vence Copa do Mundo de Tecnologia
O Livox (Liberdade em Voz Alta), aplicativo brasileiro que um pai (analista de sistemas) criou para se comunicar com a filha que não fala e tem paralisia cerebral, venceu a Copa do Mundo de Tecnologia, organizada pela Microsoft. O Livox concorreu na categoria educação do prêmio que reconhece e incentiva projetos de impacto social em todo o Mundo. Foram selecionadas 25 startups de 18 países para participar do evento, que ocorreu no Vale do Silício, Estados Unidos.
Os usuários tocam a tela do tablet com o software instalado para expressar por comando de voz suas emoções, necessidades e desejos, como o de se alimentar, por exemplo, entre outras coisas. O software contém um catálogo de 20 mil imagens, que podem ser utilizadas em conjunto com textos e também permite o acesso a atividades culturais, como filmes, desenhos e músicas. Os usuários também conseguem aprender a ler, adquirir vocabulário e estudar matemática.
O teclado virtual da ferramenta fala automaticamente por comando de voz palavras ou frases que estão sendo digitadas, o que torna possível a comunicação do usuário com outras pessoas. O software permite a criação de pranchas com imagens personalizadas e o compartilhamento do conteúdo entre tablets com a ferramenta instalada.
A Prefeitura de Recife, em Pernambuco pretende até 2016, criar um projeto com acesso ao Livox, para que os cinco mil estudantes especiais da rede municipal sejam beneficiados. O objetivo é garantir uma rotina diária em sala de aula e o convívio social dessas pessoas.
A ferramenta já foi eleita a Inovação Tecnológica de Maior Impacto de 2014 pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Melhor Aplicativo de Inclusão Social do Mundo pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O Livox também é objeto de estudo do Hospital das Clínicas de São Paulo, por profissionais das áreas de pescoço e cabeça, que atuam com pacientes que não conseguem se comunicar por causa da paralisia cerebral.
Os jurados avaliaram que o software atende a uma parcela da população – deficientes cognitivos, físicos e motores – carentes de inovações tecnológicas, bem como ressaltaram a paixão e o comprometimento do pai pela ferramenta.