Cresce o número de crianças internadas por Covid-19 em São Paulo
Até o dia 29 de setembro, a capital paulista registrava uma média de 35,4 internações de crianças em leitos Covid-19 de três hospitais infantis na cidade
Enquanto o Brasil registra queda no número de casos e internações por Covid-19, reflexo da vacinação em andamento, o número de crianças hospitalizadas pela doença vem aumentando em São Paulo. Até agora, a vacinação contra a Covid-19 não foi liberada para crianças menores de 11 anos.
Nesse cenário, até o dia 29 de setembro, havia uma média de 35,4 internações de crianças em leitos Covid-19 (UTI + Enfermaria) de três hospitais infantis da capital paulista. Em 22 e 23 de setembro, esse número era de 37, semelhante aos patamares de 29 de agosto e 19 de abril.
Os registros de internação foram disponibilizados na plataforma da Secretaria de Estado de Saúde, compilados pelo Info Tracker (plataforma criada pelas universidades USP e Unesp para monitorar a pandemia) e divulgados pelo UOL. Foram analisados dados de internações em 2021 de três hospitais públicos infantis: Cândido Fontoura São Paulo, Darcy Vargas e Menino Jesus. O último sob gestão municipal.
De acordo com os dados, a cidade de São Paulo vem registrando um pico de hospitalização desde agosto. A alta é semelhante ao aumento observado em abril, quando o país bateu recordes de casos, mortes e internações.
Em entrevista ao UOL, Wallace Casaca, coordenador do Info Tracker e professor da Unesp, destaca que os picos das internações ocorrem cerca de duas semanas após o retorno das atividades escolares. Catorze dias é o tempo médio indicado entre a infecção e a internação pela doença.
“Embora não dê para cravar que esse comportamento foi em decorrência da abertura escolar, os dados apresentam certos indícios que, quando concatenados com as datas de reabertura escolar, se tornam um indício que tem relevância”, explica Casaca.
Em 15 de fevereiro, as escolas municipais de São Paulo reabriram em esquema híbrido. Menos de 14 dias depois, em 26 de fevereiro, a média móvel de internações saltou 26%. Após essa abertura, os registros de internação passaram a subir, até atingir o recorde de 43,14 hospitalizações em média no dia 8 de abril.
Após o aumento dos casos e óbitos em todo o país, as escolas voltaram a fechar e só reabriram novamente em 12 de abril, quando as hospitalizações ainda apresentavam tendência de alta. Em 1º de agosto, as escolas foram autorizadas a retornar com 100% da capacidade de alunos.
Dezoito dias depois, a curva de internações voltou a apresentar tendência de alta. Hoje ela se encontra estabilizada, mas ainda em um patamar de 35 hospitalizações, em média, por dia.
O mesmo fenômeno pode ser observado nos números da Grande São Paulo, em que o pico se deu em 6 de abril com uma média de 59,43 internações. Atualmente, o número está estabilizado em 47,8.
Para o infectologista do Hospital das Clínicas Evaldo Stanislau, ouvido pelo UOL, uma das explicações para o aumento nas internações é “matemática”. “Você tem mais crianças se expondo ao risco, indo para aula e outros lugares, o que pode refletir no aumento”, afirma.
Em entrevista ao UOL, o infectologista apontou que a não imunização de crianças pode ter impacto significativo no quadro atual. “A vacinação nesse público não aconteceu de maneira significativa, nem no grupo etário autorizado, enquanto a de adultos já avançou. Logo, o vírus encontra um caminho mais fácil, porque a população adulta já está mais vacinada”, explica.
Fonte: UOL
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05/01/2022 @ 16:54
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