Terceiro setor na luta contra a Aids
Mais de metade dos infectados pelo vírus do HIV, causador da Aids, têm entre 20 e 34 anos; confira a atuação do terceiro setor em apoio a pessoas soropositivas.
Por Julia Bonin
Em 2021, havia 38,4 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo, segundo dados apresentados pelo UNAIDS, programa das Nações Unidas de combate à doença. No dia 1º de dezembro é comemorado o Dia Mundial de Combate à Aids. Confira a atuação do Terceiro Setor na luta contra a infecção e a discriminação decorrente do preconceito na sociedade.
“O mundo se comprometeu a acabar com a AIDS até 2030, estamos distantes de cumprir esta meta. Temos de pôr fim às desigualdades que impedem o progresso para acabar com a AIDS”, disse António Guterres, secretário geral das Nações Unidas.
O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), causador da Aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As pessoas soropositivas são aquelas que possuem HIV, podendo tanto ser assintomáticas quanto desenvolver Aids, doença que pode causar anemia, perda de memória e de peso, entre outros. No entanto, todas elas podem transmitir o vírus, portanto, é importante fazer testes regulares para detecção da doença.
A Pela Vidda é uma organização que busca romper com o isolamento e a desconstrução do estigma relacionado à Aids, reintegrar essas pessoas na sociedade e a defender seus direitos e sua dignidade. Para isso, o grupo desenvolve atividades de ajuda mútua para diversos grupos, como mulheres, homens, jovens, travestis, entre outros, além de oferecer assistência jurídica gratuita às pessoas afetadas pela epidemia. São seis unidades, sendo elas em Niterói, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Goiânia e Pará.
O projeto Bem-Me-Quer atua com pessoas com HIV em situação de alta vulnerabilidade social na região noroeste da cidade de São Paulo, no bairro dos Perus, entre grandes bolsões de favelas. No contexto de atuação da organização, a letalidade e a proliferação do vírus e de outras doenças é acentuado, sendo de extrema importância a atuação do projeto. Assim, a organização promove assistência social, workshops, educação e prevenção, ativismo e controle social com as pessoas que convivem com o vírus do HIV e suas implicações.
O Fundo Positivo tem como missão apoiar organizações que lutam pelo combate ao HIV e à Aids no Brasil. Assim, atua como intermediária mobilizando recursos por meio de diversas fontes financeiras de apoio, como a captação de recursos e editais públicos, que são destinados às organizações que trabalham com a causa da Aids e hepatites virais. Além disso, o Fundo articula a conquista de novas parcerias e a capacitação técnica das organizações para que seu trabalho seja mais efetivo para a sociedade.
Já o Grupo de Incentivo à Vida luta pelos direitos das pessoas vivendo com HIV e Aids e das populações mais vulneráveis à infecção na cidade de São Paulo. Para trazer protagonismo político para os soropositivos, a organização atua para que essas pessoas estejam à frente da luta por seus direitos. No espaço proporcionado pela instituição, a população com HIV/Aids encontra acolhimento em rodas de conversa e grupos de apoio liderados por pessoas também soropositivas, gerando maior identificação.
O diretor do GIV, Jorge Beloqui, afirma que a participação das organizações na luta contra a Aids no Brasil é de extrema importância, uma vez que elas são responsáveis por fiscalizar e exercer pressão sobre a gestão pública.
“Várias organizações manifestaram-se durante o período eleitoral pela efetiva implementação dos Direitos Humanos para combater o HIV/Aids. Com efeito, a discriminação de pessoas com HIV e de populações vulneráveis constitui um obstáculo para a prevenção e para o tratamento”, conclui.