ONG abre vagas para cursos voltados a migrantes e refugiados no Brasil

A Visão Mundial abriu vagas para cursos de empreendedorismo e português voltados a migrantes e refugiados, com aulas ministradas em São Paulo

Por Laura Patta

A ONG Visão Mundial abriu 70 vagas para cursos de empreendedorismo e português voltados a migrantes e refugiados no Brasil. As aulas presenciais serão ministradas em São Paulo e devem começar agora em fevereiro. Os cursos são parte do projeto ‘Ven, Tú Puedes!‘.

Migrantes e refugiados interessados podem entrar em contato com a organização pelos números (11) 97873-2401 ou (11) 97877-0442 para receber orientação sobre a matrícula, independentemente da situação migratória. As aulas deverão ser realizadas à noite.

De acordo com a coordenadora do ‘Ven, Tú Puedes!’, Amanda Ferreira, os cursos buscam ajudar na inserção social e econômica desse grupo em situação de vulnerabilidade no Brasil.

Segundo ela, aprender a língua do país de acolhimento é fundamental para a compreensão de direitos e deveres, busca por inserção no mercado de trabalho e o estabelecimento de laços.

Amanda acrescenta que, até o mês de agosto, diversos cursos de português e profissionalizantes serão oferecidos à população migrante, desde cursos de manicure e pedicure, e manipulação de alimentos, até de marketing, vendas e logística.

A ONG também está realizando sessões de orientação, que ensinam os participantes do projeto sobre leis trabalhistas e oferecem dicas para entrevistas de emprego.

Para este ano, a organização criou o eixo de proteção, a fim alertar esse público sobre possíveis violações trabalhistas e sobre como formalizar uma denúncia nos órgãos fiscalizadores.

Amanda ainda destaca que as orientações focadas na empregabilidade e direitos já ocorriam na primeira fase do projeto, e agora, serão incluídos conteúdos de questões humanitárias e protocolos de denúncia, para que eles saibam como proceder, caso existam essas violações.

Segundo o Governo Federal, até o ano de 2020, mais de 800 migrantes foram resgatados de trabalhos análogos à escravidão no Brasil. Conforme o Ministério da Economia, São Paulo registrou, até setembro do ano passado, 135 pessoas em condições desumanas.

De 2017 a 2020, outras 14 cidades paulistas tiveram pessoas traficadas para fins de exploração de mão de obra, entre as quais estavam Pontalinda (16), Pontal (8), Ribeirão Branco (8) e Itu (6). Já o município de Salto lidera entre os que mais receberam trabalhadores traficados, com 19 ocorrências.