Encontro aborda desafios do combate ao racismo religioso
Criola, Conectas e Portal Catarinas promovem, no dia 1 de dezembro, fechamento de ciclo de debates sobre o racismo religioso
Por Julia Bonin
Um levantamento da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro) aponta que 91,7% dos pais e mães de santo já ouviram algum tipo de preconceito por conta da religião escolhida. No dia 1 de dezembro acontece o último encontro do ciclo de debates sobre o racismo religioso, envolvendo temas da conjuntura política brasileira. Os eventos foram promovidos ao longo do ano por Criola, Conectas e Portal Catarinas, com apoio do Synergia – Iniciativa para Direitos Humanos. A transmissão acontece das 18 às 20h e as inscrições podem ser feitas no link.
Com o tema “A conjuntura brasileira e os desafios políticos do combate ao racismo religioso”, o debate conclui o ciclo de quatro encontros cujo objetivo foi debater os impactos da violência racista junto à população negra, povos de religiões de matriz africana, povos indígenas e outros grupos sociais diretamente afetados.
O encerramento do programa irá retomar pontos importantes dos encontros anteriores, como a conceituação do racismo religioso, a herança colonial da América Latina e o papel omisso do Estado em práticas discriminatórias, além de reforçar a importância do enfrentamento coletivo e estratégico da intolerância religiosa. Também será debatida a compreensão da centralidade do território para as religiões de matriz africana e para a espiritualidade indígena, assim como a intersecção entre racismo religioso e questões de gênero e sexualidade no Brasil.
O debate contará com a presença de Ana Gualberto, historiadora e diretora executiva de Koinonia; Ingrid Limeira, advogada, conselheira tutelar e conselheira política da Ocupação Cultural Jeholu e Yuri Silva, coordenador nacional do Coletivo de Entidades Negras, pesquisador-ativista antirracista, LGBTQIA+ e dos Direitos Humanos. A transmissão gratuita acontece no YouTube do Portal Catarinas.
A Criola é uma organização da sociedade civil que promove os direitos das mulheres negras para construir uma sociedade na qual os valores de justiça, equidade e solidariedade são fundamentais. Nesse percurso, a organização realiza ações políticas e de mobilização social e práticas de conhecimento e formação, por exemplo, cursos e campanhas destinados a mulheres negras.
A Conectas luta pela igualdade de direitos no mundo ao propor soluções, impedir retrocessos e denunciar violações aos direitos humanos no mundo. Junto a uma rede extensa de parceiros espalhados pelo Brasil e pelo mundo, a organização está presente em espaços de decisão que contribuem para o avanço dos direitos humanos a partir de um olhar do Sul Global, trabalhando para proteger e ampliar os direitos de todos, especialmente para os mais vulneráveis.