Usuários de redes sociais tem visão negativa sobre ONGs
64% das postagens da rede social X apresentavam uma visão negativa a respeito do trabalho das Organizações Não Governamentais (ONGs), aponta estudo da FGV. Por outro lado, a Pesquisa Doação Brasil 2022, do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), aponta que 67% dos entrevistados reconheceram que elas são necessárias no combate a problemas sociais e ambientais.
Por Redação.
A Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getulio Vargas (FGV ECMI) produziu uma pesquisa durante os meses de janeiro e outubro de 2023 para mapear as postagens relacionadas à ONGs nas redes sociais. De acordo com o levantamento, grande parte dos assuntos falados na internet com relação às Organizações Não Governamentais estão relacionados a teorias da conspiração, desinformação e estigmas.
A análise foi feita com base nos dados das principais plataformas digitais – Facebook, Instagram, X, YouTube, WhatsApp e Telegram – e concluiu que a percepção dos usuários das redes sociais sobre as ONGs alerta para a necessidade de checagem de dados sobre as Organizações. Segundo o levantamento, no X, por exemplo, 63% das postagens analisadas apresentavam críticas ou ataques a ONGs, frente a apenas 9% de posts de cunho positivo.
Por outro lado, na Pesquisa Doação Brasil 2022, do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, 67% dos entrevistados reconheceram que as ONGs são necessárias no combate a problemas sociais e ambientais.
Durante o programa de rádio Perspectiva, gravado nesta terça-feira (27/02), o Observatório do Terceiro Setor conversou com Christiane Sampaio, Coordenadora da Sociedade Viva para entender como podemos fazer com que a percepção dos usuários de redes sociais fique mais positiva em relação às ONGs brasileiras. A Sociedade Viva trabalha em prol da transparência e conhecimento da sociedade civil sobre as ONGs e seu trabalho para a população brasileira, evidenciando a importância e o impacto das Organizações da Sociedade Civil no cotidiano.
A iniciativa Sociedade Viva está executando um projeto que visa apresentar para a população a importância e a relevância que as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e das Organizações Não-Governamentais (ONGs). A ideia do projeto é “ONG Faz Acontecer” é realizar uma campanha que evidencia o que as ONGs são e o que elas fazem.
Nesta primeira campanha realizada pela Sociedade Viva optamos por utilizar o termo ONG por entender que é assim que boa parte da população nomeia o campo da sociedade civil organizada no Brasil. Pesquisa divulgada pelo GIFE em 2022, “Percepções de brasileiros/as sobre a sociedade civil” revela que 65% já ouviram falar de ONG, mas o repertório é ainda baixo, em especial em parcelas da população com baixa escolaridade e renda e fora do Sul e Sudeste.
De acordo com Christiane Sampaio, intimidações, notícias falsas e ataques diretos agravaram esse contexto na gestão 2019-2022 do Governo Federal, porém dos mesmo jeito estratégias seguem sendo utilizadas na tentativa de criminalizar e imobilizar o campo da sociedade civil organizada no Brasil, como também aponta o estudo da FGV Comunicação Rio.
A Sociedade Viva é uma iniciativa criada por organizações representativas da sociedade civil organizada: Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), Associação Brasileira das Organizações Não Governamentais (ABONG), Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), Plataforma Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC ), Observatório do Terceiro Setor e Movimento por uma Cultura de Doação (MCD).
O projeto “ONG Faz Acontecer”, da Sociedade Viva e a pesquisa “Debate sobre ONGs nas Redes Sociais”, da FGV estão diretamente alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma vez que as ONGs ajudam no comprimento de todas as metas propostas pela Agenda ONU 2030.